Clauder Arcanjo

PÍLULAS PARA O SILÊNCIO (PARTE CCXXXIX)

Clauder Arcanjo Por um verso perdido Dormi, nos ventos. Quando acordei, não cri: tudo o que é bonito é absurdo — Deus estável. (Guimarães Rosa, em Grande sertão: veredas) O retrato antigo na parede marcada pelos anos. A mobília…

PÍLULAS PARA O SILÊNCIO (PARTE CCXXXVIII

A palavra é dúbia; o muro, alto. A raiva veste-se de nova; a pena, antiga. Ergo os braços para os céus, mas as nuvens escondem-me o sol. Tento levantar-me, encontro-me de joelhos, porém a culpa me tiraniza e permaneço atado ao chão frio.…

PÍLULAS PARA O SILÊNCIO (PARTE CCXXXVII)

Nau moribunda em mar encapelado Quem fala em flor não diz tudo. Quem me fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais. (Ferreira Gullar, em “A bomba suja”) Onde ele entrava a coisa ganhava jeito de…

Pílulas para o Silêncio (PARTE CCXXXVI)

PÍLULAS PARA O SILÊNCIO (PARTE CCXXXVI) Clauder Arcanjo* Reescrevendo o vivido Hoje em dia, o melhor é calar. Na ausência, os sentimentos dos que protestam amizade se modificam ou até viram fumaça. (Francisco J.C. Dantas,…