“Ainda somos os mesmos”

Não faço ideia de onde o poeta Cid Augusto resgatou esta relíquia, mas me fez chorar imediatamente. Bateu uma saudade danada do que já fui, não com lamento, mas só por saudade mesmo, a “parede da memória” cobrando o preço.

Na foto, que acredito ser de autoria do mestre Luciano Lellys, temos, de pé: Genildo Costa, eterno menestrel de Grossos; Marcos Ferreira, poeta de quatro costados, o melhor entre nós; Cid Augusto, nesta época só jornalista e poeta; sentados: Dagmar Costa, pai de Genildo, de Geová, inspiração e poesia unidas num só corpo.

Acredito que neste dia, tínhamos ido beber na fonte da sabedoria de Dagmar, fizemos uma longa e bela entrevista, talvez a única do poeta, talvez a última. De certo foi meu breve contato com ele; mas suficiente para degustar goles ricos de poesia.

Era os primórdios da POEMA, brincadeira que se transformou em coisa séria, infelizmente, e que revelou muita gente boa (e ruim também) para o mundo. Tínhamos ainda um quê de inocência e a irresponsabilidade que com o tempo, esvai-se, nos transformando nisto, gente séria e chata.

Como diria o saudoso Emery, “lá se vão”, sabe-se lá quanto tempo. Mudamos, os caminhos mudaram, mas, de alguma forma, nem que seja assim, em registros num retrato de algum baú esquecido, “ainda somos os mesmos”, como no dizer de Belchior e mesmo com a discordância justa do mestre-cachaceiro Amós Soares.

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