Wilson Bezerra – Um estrangeiro em terras mossoroenses

Para quem gosta do passado, muito honra em falar de fatos e pessoas que deram sua contribuição para a história, e foram muitos que deram valorosa parcela em diferentes aspectos da sociedade, politica, economia e até mesmo atividades sociais.

Queremos falar agora sobre um sujeito de nacionalidade suíça, nascido em Alstalley, Cantão de São Gonçalo, região que pertencia ao adiantado País europeu, pelo ano de 1844, e esbarrou por estas terras de Santa Luzia pelo ano de 1860. Daí para cá passou a fazer parte de outra narrativa, bastante relacionada a uma terra nordestina dentro de outra realidade.

Conrado Mayer chegou a Mossoró, pelo ano de 1860. Veio em companhia de um patrício de nome John Ulrick Graff que também deu sua parcela no crescimento da região, inclusive foi um dos principais batalhadores pela construção da estrada de ferro de Mossoró, desde a elaboração do memorial enviado ao Imperador Dom Pedro, até sua construção propriamente dita.

Enfim junto a outros mossoroenses, John Ulrick  Graff  muito ajudou no desenvolvimento do esquema da cidade de Santa Luzia. Com Conrado Mayer foi sócio comercial no ramo diversificado de produtos importados de Londres e exportados da região de Mossoró, a exemplo de algodão, pele silvestre e outros produtos da região.

Conrado Mayer um idealista defendeu a libertação dos escravos. A começar da Loja Maçônica 24 de Junho que ajudou na sua construção, foi membro da diretoria durante várias legislaturas como primeiro vigilante, na ordem hierárquica o primeiro colocado na ordem administrativa, sendo o substituto imediato do venerável ou no caso o presidente. Deu forte contribuição à questão abolicionista.

Conrado Mayer construiu sua casa num ponto estratégico em Mossoró, servindo como mirante numa altura de 30 metros, para dele observar através de binóculos o porto de Santo Antônio, lugar onde ancorava navios e barcaças responsáveis pela movimentação comercial da região.

Sua casa comercial foi instalada na Praça da Independência (hoje Praça da Redenção) mas por infelicidade do destino não teve sucesso.

Porém o que o consagrou foi sua grande participação no movimento abolicionista de 1833, aí Mossoró fica grata por todo tempo, e Lauro da Escóssia em sua cronologia Mossoró, edição de abril de 1980, rende-lhe homenagem por demais significativa.