Uma cultura libertadora

Neste final de ano, o Centro Feminista 8 de Março (CF8) está realizando campanha nas redes sociais para que mulheres enviem poesias para a o e-mail do grupo ([email protected]). A chamada “por um 2016 inspirado” pede que sejam enviadas poesias de lutas no campo e na cidade. Segundo a técnica do CF8, Adriana Vieira, a produção cultural feminista, diferentemente do que muito afirmam, não trata da superioridade feminina, mas da igualdade entre pessoas.

“Entendemos que a Cultura é uma forma de promover a igualdade entre as pessoas e promover o debate sobre temáticas importantes, como o machismo, racismo e homofobia. A produção cultural feminista não é voltada apenas para as mulheres, mas busca dar a elas o papel de produtoras culturais e protagonistas, que lhes é negado pela sociedade”, afirma.

Adriana Vieira conta que iniciativas como o Beco dos Artistas, a Virada Cultura Feminista e o apoio a grupos como o Boca de Bueiro são exemplos de espaços possibilitadores da produção cultural por mulheres. Ela ressalta, porém, que para que haja maior participação de mulheres na Cultura, é preciso a união do poder público, sociedade civil e diferentes organizações.

“O aumento da produção cultural feminina deve ser tema de políticas públicas e de ações da sociedade. Em Mossoró, tivemos a Virada Cultural Feminista em outubro, um evento radicalmente a favor da igualdade. Outros espaços como o Boca de Bueiro, no Conjunto Santa Delmira, que discute o direito de todos à cidade”, disse a técnica do CF8.

Dentre as particularidades da produção cultural feminista, Adriana Vieira destaca a abordagem das mulheres como protagonistas, sem apelo sexual, além de temáticas como combate à violência e direitos femininos.

“Não é porque há mulheres numa produção que ela é feminista. Muitas vezes, há uma mulher como personagem principal, mas que acaba reproduzindo preceitos sociais, como a necessidade de estar ligada a um homem, ou falar sobre ele, para justificar o roteiro”, explica.

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