Trump volta atrás e anuncia que vai fornecer “armas defensivas” à Ucrânia

Poucos dias após anunciar a suspensão do fornecimento de alguns mísseis à Ucrânia, o presidente americano, Donald Trump, informou que voltará a enviar armas a Kiev. O anúncio foi feito em meio a um impasse diplomático sobre um cessar-fogo com a Rússia.

POR RFI

“Teremos que enviar mais armas, principalmente armas defensivas” à Ucrânia, disse o presidente dos EUA na segunda-feira (7), expressando sua “insatisfação” com Vladimir Putin. “Eles estão sendo atingidos muito, muito duramente”, acrescentou Trump, referindo-se aos ucranianos.

O presidente americano vem se aproximando de Vladimir Putin desde janeiro, pressionando o líder russo a interromper os combates, sem conseguir progressos concretos.

De forma inesperada, a Casa Branca anunciou a suspensão do fornecimento de determinados armamentos para Kiev, medida justificada oficialmente devido a preocupações com a redução dos estoques de munição dos EUA. Essa foi a primeira alteração significativa no apoio militar norte-americano à Ucrânia desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Após o anúncio, autoridades americanas procuraram minimizar o impacto da decisão, mas sem fornecer detalhes.

Diplomacia em impasse

As negociações diplomáticas entre Kiev e Moscou estão estagnadas. Duas rodadas de negociações entre russos e ucranianos na Turquia, em 16 de maio e 2 de junho, não produziram avanços, e uma terceira rodada ainda não foi anunciada.

Na sexta-feira (4), Donald Trump disse ter ficado “muito insatisfeito” após a conversa telefônica que teve no dia anterior com o presidente russo, Vladimir Putin.

“Ele quer ir até o fim, continuar matando pessoas, isso não é bom”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One.

O presidente americano sinalizou que pode estar disposto a endurecer as sanções contra Moscou, após seis meses evitando essas medidas, enquanto tentava convencer o líder russo a encerrar a guerra.

Apesar das pressões, Vladimir Putin mantém exigências consideradas inaceitáveis por Volodymyr Zelensky e seus aliados ocidentais – entre elas, que Kiev ceda as regiões ucranianas anexadas pela Rússia e que a Ucrânia renuncie à sua ambição de adesão à OTAN.

A Ucrânia, por sua vez, exige que os militares russos se retirem completamente de seu território, atualmente 20% ocupado.

(Com AFP)

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