Título de Persona non Grata à Marleide Cunha poderá ser revogado pela Câmara Municipal

Proposta foi apresentada pelo vereador Gilberto Diógenes

O poder Legislativo de Mossoró poderá revogar o título de ‘’persona non grata’’ dado à sindicalista Marleide Cunha, presidente licenciada do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) e vereadora eleita no último domingo, (15).

O vereador Gilberto Diógenes (PT), correligionário de Marleide, foi quem apresentou a proposta que será debatida na sessão desta quarta-feira (18). Há articulações, inclsuive, para rescindir o uso do termo. Gilberto não concorreu à reeleição no intuito de apoiar a candidatura da sindicalista que ocupará sua cadeira na Câmara Municipal.

O título atribuído a Marleide, em 20 de março de 2019, teria sido, conforme seus aliados, uma retaliação à postura dela à frente de protestos realizados pelos servidores públicos municipais contra medidas administrativas que, segundo eles, representavam retirada de direitos.

Perguntada sobre a possibilidade de revogação do título, Marleide Cunha afirma: ‘’Eu tenho muita esperança de que os vereadores e vereadoras de Mossoró respeitem a vontade popular. O povo não aceitou esse título, se indignou com ele. Se pronunciou através de diversos meios, seja pelas redes sociais, notas de repúdio, por meio da imprensa, pessoas de todos os setores se indignaram com a Câmara Municipal.’’

Para a vereadora, o poder Legislativo de Mossoró se rebaixou ao conceder tal título a uma professora que estava na defesa dos direitos de sua classe. Relembrou que no momento em que foi dado o título, muitos cidadãos se revoltaram e que ao ser eleita, os mossoroenses demonstraram que não concordam com o ‘’persona non grata’’ designado a Marleide Cunha.

‘’Acho que é honroso os vereadores e vereadores repensarem e respeitarem a vontade do povo, retirando esse título”, declara.  Diante dessa situação, Marleide Cunha enxerga duas opções: entrar na Câmara Municipal, em 1º de janeiro de 2021, com um título que não condiz com o cargo de vereadora ou que a legislatura atual reconheça que o título não representa a vontade da população, retirando-o.

Na época, a proposta veio do vereador Rondinelli Carlos e foi aprovada por 12 votos. Além dele, também foram favoráveis ao título os vereadores Aline Couto, Sandra Rosado, Zé Peixeiro, Tony Cabelos, Emílio Ferreira, Flávio Tácito, Manoel Bezerra de Maria, Alex Moacir, Francisco Carlos, Maria das Malhas e Didi de Arnor. Dentre esses, não se reelegeram os candidatos Rondinelli Carlos, Aline Couto, Tony Cabelos, Flávio Tácito e Manoel Bezerra de Maria. Emílio Ferreira e Alex Moacir não concorreram à reeleição.

Apesar de também não disputar à reeleição, a vereadora Sandra Rosado pontuou que no período da votação houve excesso de ambos os lados, que é necessário ouvir a voz daqueles que elegeram Marleide Cunha para o cargo e votará favorável à proposta de Gilberto. No entanto, alguns vereadores permanecem irredutíveis, entre eles Didi de Arnor, que afirmou que não votará pela revogação do título, pois aguarda uma retratação da sindicalista.

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