Tião Couto: “O Mossoró Melhor tem grandes nomes, inclusive o meu”

O entrevistado desta semana integra um movimento intitulado “Mossoró Melhor” que busca a união de forças em torno de uma candidatura que defende mudanças no sistema de gestão municipal. Ex-servidor público, e empresário, Tião Couto fala do projeto e do cenário político da cidade de Mossoró.

Por – Márcio Costa – Editor Geral

O MOSSOROENSE – Qual a origem do movimento “Mossoró Melhor”?

TC – O Mossoró Melhor é uma manifestação pública em defesa de ideias que possam servir de base para uma rediscussão da gestão pública e do desenvolvimento econômico e social de Mossoró, de forma a torna-la transparente, moderna e eficiente. Nasceu nas classes produtoras, e hoje abrange todos os segmentos, do professor ao empresário, do servidor público ao profissional liberal, do trabalhador à dona de casa. A prioridade desse movimento é fazer política fora dos costumes tradicionais, discutindo ideias e não nomes.

OM – A cidade acompanhou um projeto similar a este, anos atrás, que acabou não obtendo êxito. O que será feito para que desta vez o movimento emplaque?

TC – O Mossoró Melhor já emplacou. Em nossa reunião suprapartidária, e popular, reunimos na OAB um auditório eclético, empolgado e envolvido com as nossas ideias. Há um sentimento do povo em querer mudança, mas uma mudança de verdade. Sobre movimentos anteriores, creio que faltou o que temos hoje em abundância: a vontade dos mossoroenses de ver a gestão pública ser mais eficiente para lhe garantir bem-estar, debatendo os problemas, estudando soluções possíveis e envolvendo a todos.

OM – O projeto é encabeçado por empresários e profissionais liberais e tem gerado críticas de pessoas que acreditam que o projeto não tem apelo popular e sim a finalidade de fortalecer a classe empresarial da cidade. Como o senhor encara essas críticas?

TC – Com serenidade. Entendo que vamos atingir nossos objetivos, e entre eles está a disposição de ir a toda cidade mostrar as ideias e debater Mossoró. Esse movimento não é mais somente dos empresários, dos profissionais liberais. Como disse, o envolvimento alcança todos os segmentos sociais. O setor produtivo não precisa de política para ter força, pois é ela quem gera empregos e paga impostos para que os serviços e investimento sejam feitos pela administração pública, muito mal executados por sinal. Nós temos de louvar essas pessoas que estão se doando para ver Mossoró voltar a crescer, colocando a sua competência, a sua experiência, a sua credibilidade, e força de trabalho, a serviço da nossa cidade.

OM – O senhor será o candidato a prefeito representando o grupo?

TC- O Mossoró Melhor tem grandes nomes que estão à disposição, entre eles o meu, o que me honra bastante. No momento certo teremos o candidato que pode ser um professor, um médico, um empresário, um líder sindical, advogado, servidor público… Enfim, haverá um nome que nos representará.

OM – Como se dará o processo de escolha do candidato?

TC – Penso que será àquele que terá mais identificação com a defesa das ideias que norteiam o movimento, com vocação de servir a cidade, com perfil de gestor que conduza a máquina pública sem privilegiar grupos ou pessoas em detrimento do público, que conduza um projeto que vai se pautar pela meritocracia, transparência, modernidade e eficiente.

OM – As articulações políticas já foram iniciadas? Quantos partidos já foram contatados?

TC – O nosso último encontro foi marcado pela presença de oito partidos. E estamos abertos a todos. O projeto é de Mossoró. Temos conversado com presidentes e lideranças partidários, apresentando as ideias, e a repercussão tem sido a mais positiva possível.

OM – Qual sua avaliação sobre o mandato do prefeito Francisco José Jr.?

TC – Nenhum de nós, e certamente nenhum mossoroense, deseja que a sua cidade vá mal. Queremos uma Mossoró pujante, desenvolvida, com serviços de qualidades, obras estruturantes, projetos que promovam os setores produtivos, gerando empregos e divisas. E percebo que isso, essa administração não tem conseguido. Lamento que, hoje, nós não façamos boa avaliação do governo dele.

OM – O prefeito Francisco José Jr tem externado uma certa aversão a alianças com grupos tradicionais da cidade. O Mossoró Melhor pensa da mesma forma? Até onde vai a abertura do leque de alianças?

TC – Até onde houver compromisso com uma gestão pública transparente, moderna e eficiente. O movimento compreende que o sistema político-partidário e eleitoral precisa ser renovado, ser reinventado, e não será somente mudar por mudar. Está claro que é preciso mudar de verdade. Não estamos tratando de nomes, e sim de mentalidade, de ideal. Vamos discutir ideias, não os nomes.

OM – Prefeitos reclamam da gradual queda da arrecadação e dos problemas que acumulam sem solução. Existe fórmula mágica para superar esta realidade?

TC – Planejamento e execução com seriedade. A arrecadação não cai sem que haja previsão. Se tem previsão, o que o gestor deve fazer é ajustar a administração a tempo, e não ser surpreendido. É inaceitável o desperdício, os excessos. Para compensar perdas e promover avanços na economia, fazendo a cidade crescer, é preciso atrair parceiros e projetos que injetem investimento na cidade. Potencial não nos falta.

OM – A maioria dos integrantes do grupo nunca atuou no serviço público, que costuma ser marcado por muitas dificuldades e lentidão nos processos. O grupo está preparado para se deparar com este choque entre o público e o privado?

TC – Grande parte de todos nós em algum momento teve intercessão com o poder público, seja como fornecedor, ou mesmo com servidor, que no meu caso fiz por quase uma década na CPRM, órgão do governo estadual. Há um ritual no serviço que sabemos ser útil para atender a legislação, e não somos contra isso, mas penso também que podemos fazer o processo andar mais rapidamente, simplificando o trâmite com a modernização da máquina e a implementação de tecnologia. Em virtude disso, não vejo dificuldades, até por que as pessoas que hoje compõem os estudos sobre Mossoró são oriundas do serviço público ou dele fizeram parte.

OM – Caso o grupo obtenha êxito na eleição qual será a principal bandeira da administração mossoroense?

TC – Promover o bem-estar social. Fazer com que as pessoas se sintam felizes, sabendo que pode contar com segurança, escola de qualidade, creche integral, programas sociais que cheguem a todos, transporte público decente e abrangente, uma máquina pública com servidores qualificados, valorizados, com pagamento em dia, prestando serviços de excelência. Que garanta uma política pública de amparo a criança, o jovem e o idoso. Atenta aos grandes projetos estruturantes, e atração de investimentos, fortalecendo a economia e gerando emprego e renda para o mercado de trabalho. Sabendo que tem uma gestão transparente, moderna, eficiente, com planejamento e execução.