Terrorismo no Irã: santuário xiita sofre ataque com vítimas

Uma pessoa morreu e pelo menos oito ficaram feridas em um ataque ao templo sagrado xiita Shah Cheragh, localizado em Shiraz, no sul do Irã, neste domingo (13). O mausoléu, uma espécie de mesquita de arquitetura islâmica, já havia sido alvo de uma ação terrorista em 2022.

A agência de notícias Reuters já considera o ato como um “ataque terrorista”. Testemunhas relataram que um homem armado teria entrado no local e começou a atirar, por volta das 19h locais, 11h30 no horário de Brasília.

Um dos autores teria sido preso enquanto o outro continua foragido, segundo a agência de notícias Tasnim. Mas o comandante dos Guardas Revolucionários Islâmicos (exército ideológico da República Islâmica) na província de Fars, Yadollah Bouali, disse à televisão estatal que o ataque envolveu apenas uma pessoa, que já teria sido detida: “Um terrorista entrou no santuário e abriu fogo com um rifle”, disse Bouali.

“Vários peregrinos que estavam por perto ficaram feridos”, confirmou o governador da província de Fars, Mohamed Hadi Imanieh. A mídia iraniana forneceu inicialmente números de vítimas equivocados, tendo afirmado quatro mortos, mas voltou atrás e divulgou que apenas uma pessoa morreu no ataque.

A televisão estatal mostrou que todo o perímetro da Shah Cheragh foi cercado por forças de segurança. Shah-Cheragh é um dos mais importantes locais de peregrinação dos muçulmanos xiitas no Irã. Imagens transmitidas pela televisão estatal mostraram também ambulâncias correndo para o local do ataque.

Ataque de 2022

A mesquita já havia sido alvo de um ataque que matou 13 pessoas em 26 de outubro de 2022. Dois homens envolvidos neste ataque reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) foram enforcados em público em Shiraz em 8 de julho deste ano.

Os dois homens foram considerados culpados de “corrupção em terra, rebelião armada e atentar contra a segurança nacional”, bem como “conspiração contra a segurança do país”. Eles também foram acusados ​​de pertencer ao grupo Estado Islâmico e “conspirar contra a segurança do país”.

O Mizan Online, órgão oficial da Autoridade Judicial, identificou os dois homens executados como Mohammad Ramez Rashidi e Naeem Hashem Qatali, sem revelar sua nacionalidade.

Em novembro, as autoridades disseram que 26 “terroristas takfiri” do Afeganistão, Azerbaijão e Tadjiquistão foram presos em conexão com o ataque. No Irã, um país de maioria xiita, o termo takfiri geralmente se refere a jihadistas ou apoiadores do islamismo sunita radical.

O EI reivindicou seu primeiro ataque no Irã em 2017, quando homens armados e homens-bomba atacaram o prédio do parlamento em Teerã e o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador da República Islâmica, matando 17 pessoas e ferindo dezenas.

Irã é um dos países que mais executa condenados

Kazem Mousavi, chefe da autoridade judiciária da província de Fars, onde fica Shiraz, disse que os dois condenados estiveram diretamente envolvidos no armamento, fornecimento e logística, juntamente com o principal autor do ataque, identificado como Hamed Badakhshan, de aproximadamente 30 anos, que morreu devido aos ferimentos sofridos durante sua prisão. Três outros réus foram condenados a 5, 15 e 25 anos de prisão por serem membros do EI.

Execuções públicas são relativamente incomuns no Irã, já que quase todos os enforcamentos acontecem nas prisões. O Irã é o segundo país que mais executa pessoas atualmente, atrás apenas da China, de acordo com grupos de direitos humanos, entre eles a Anistia Internacional.

(Com AFP)

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