Servidores da saúde denunciam redução de salários e retirada de benefícios

Alguns servidores que contraíram Covid-19 perderam quase 75% do salário, porque se afastaram do trabalho devido às sequelas.

Os servidores públicos de Mossoró que trabalham na saúde denunciam o total desrespeito à categoria por parte da Prefeitura Municipal de Mossoró (PMM) e da Secretaria Municipal de Saúde. A reportagem do O Mossoroense recebeu relatos de alguns servidores que tiveram seus salários reduzidos pela gestão, devido à retirada de benefícios que eram pagos há alguns anos.

Recentemente, uma portaria publicada pela PMM retirou dos servidores o direito ao benefício da insalubridade, que era pago aos trabalhadores da saúde que atuam no combate à Covid-19. De acordo com a Portaria, a falta de incentivo do Governo Federal e a vacinação dos trabalhadores da saúde motivaram a suspensão desse benefício.

Os trabalhadores da saúde avaliam essa suspensão como em ataque aos seus direitos, já que a pandemia não acabou e a vacinação, embora reduza os efeitos da doença, não impede que os trabalhadores contraiam o vírus. Como forma de protesto a esse ato, os trabalhadores da saúde realizarão uma movimentação, no dia 30 no novembro.

Além da suspensão do auxílio insalubridade, alguns servidores tiveram seus salários reduzidos em quase 75%. Estes foram os casos de alguns servidores que precisaram ser afastados do ambiente de trabalho, devido a sequelas deixadas pela Covid-19, doença contraídas nas próprias unidades de saúde.

Os funcionários prejudicados com a doença e suas sequelas estão recebendo apenas o salário base, sem gratificações ou benefícios por tempo de trabalho. “A Secretaria alega que existe uma resolução que retira as gratificações do servidor que está recebendo o auxílio doença”, informaram os servidores.

Existem casos de trabalhadores que precisaram fazer cirurgias e tratamentos caros, devido às sequelas da doença, e precisaram da ajuda de amigos e familiares para custear os procedimentos e os medicamentos, já que o salário foi reduzido em quase 75%. “Nós, servidores da saúde, viemos sofrendo há muito tempo com as gestões, mas nenhuma gestão foi pior do que essa está sendo. Tem muita gente afastada por conta das sequelas, que tiveram seus salários cortados”, alertam os servidores.

Os trabalhadores da saúde informam ainda que a situação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) deixam muito a desejar. Segundo eles, faltam medicamentos simples e, também, estrutura para receber os pacientes. “Eu trabalho na UPA e posso afirmar que falta Dipirona, lençol para as macas e que os funcionários precisam levar água sanitária de casa para limpar os ambientes. E, para completar, somos atacados pela população, que não entende a situação e nos culpa pela falta de estrutura”, afirma um servidor que pediu para não ser identificado.

Em nota publicada recentemente, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o estoque de insumos em todas as unidades básicas de saúde do município é mantido conforme a demanda de cada unidade. Disse ainda que em casos de aumento da demanda, há a falta de suprimentos, mas que trabalha para repor o estoque com a maior agilidade possível.

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