Revista francesa mergulha no ‘mistério Catherine Deneuve’; atriz encarna viúva de Chirac no cinema

Catherine Deneuve, cujas aparições escassearam no cinema desde que teve um derrame, e cuja última aparição em 2021 foi em uma propaganda do site de revenda de produtos Leboncoin, no qual ela afirmava sorridente colecionar galinhas de porcelana [o que não é verdade], está de volta, e com força total.

Ela interpreta agora uma mulher bem-nascida, submissa por muito tempo, que acaba, com o apoio de seu conselheiro pessoal Bernard Niquet [interpretado por Denis Podalydès], se rebelando contra seu marido presidente [Michel Vuillermoz] e se vingando. Bernadette, antes ridicularizada por sua austeridade antiquada, tornou-se uma espécie de ícone pop, uma feminista furiosa de terno, renovada por Karl Lagerfeld. Uma comédia, não um filme biográfico, “Bernadette” é o primeiro projeto de Catherine Deneuve dirigido por Léa Domenach, que assina com a diva francesa seu primeiro longa-metragem.

Nascida em Paris em 1943, Deneuve participou de cerca de 130 filmes, de grandes diretores como Jacques Demy, François Truffaut, Luis Buñuel, Agnès Varda, François Ozon e Lars von Trier, entre outros. A atriz francesa, que em 2022 levou um Leão de Ouro em Veneza por sua carreira, conta que achou que era uma “piada” quando a convidaram para o papel de Bérnadette Chirac. Mas confessa que aceitou o convite depois de conversar com a diretora estreante Léa Domenach. “Ela é inteligente, perspicaz, engraçada, tudo o que eu gosto”, afirmou a exigente estrela do cinema francês.

“Ninguém sabe nada sobre mim”

Catherine Deneuve diz que não gosta de filmes biográficos, que lhe parecem “longas descrições de Wikipedia”. Mas disse que vai abrir em breve uma exceção para assistir “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, porque “o destino do pai da bomba atômica me intriga e me cativa”.

Perguntada se ela se oporia a um filme autobiográfico de Catherine Deneuve, ela ironiza: “Não fale uma desgraça dessas, que horror!”, declarou à revista. “De qualquer forma, seria impossível. Ninguém sabe nada sobre mim. As pessoas não se dão conta do pouco que sabem sobre mim. Sempre protegi, para não dizer que tranquei, minha vida pessoal. E não é possível fazer um filme biográfico apenas juntando os filmes que fiz e os personagens que interpretei. Mesmo em minhas entrevistas anteriores, é difícil encontrar confidências”, diz a atriz, que afirma não tirar fotos de celular para não “deixar rastros”.

Por RFI

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