REMINISCÊNCIAS: Wilson Bezerra de Moura

 

AS SENADORAS FASCINADAS

 

Na trilha da história antiga, exatamente aquela de mexer com o baú da recordação, me alucina, e recordá-la me faz gratificado por todo ou qualquer trabalho empreendido. Principalmente quando me chama a atenção, faço questão de rememorar.

Folheando o arquivo do inesquecível pesquisador Raimundo Soares de Brito, o Raibrito, encontrei um comentário no qual a professora Gisela Lopes fazia, na cidade de Mossoró, no Colégio Diocesano Santa Luzia, por sinal um patrimônio da cidade, o lançamento de um livro intitulado “mulheres de Mossoró”. Nesse livro a autora enfocava com precisão a época em que predominou o grupo de SENADORAS na cidade.

É preciso dizer para a nova geração que estas Senadoras por ela focalizadas em seu livro foi uma passagem política feminina que, mantida por algum tempo, pelo menos enquanto dominava o aluizismo apaixonado, isto pelas décadas de 60 e 70, dominara o império político do então governador, até sua cassação política pelas forças militares de 64.

Aluízio Alves foi político atuante no País. Quando esteve por muitos anos lá pelo sul, no exercício do cargo de deputado federal, ministro, manteve sempre contato com velhas raposas da política nacional, entre estas o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, e deste aprendeu estilo de política direcionada às massas populares e por isso por ser fino orador, entusiasmou e envenenou todo o estado do Rio Grande do Norte.

Com seu estilo de política, bom orador entusiasmou a todos e separou no Estado muitos casais. Os homens seguiram uma facção política e as mulheres a corrente aluizista. Foi o suficiente para a justiça ter muito trabalho em processos de separação judicial.

A mulher mossoroense sempre teve tendência libertária. Criavam associações, como no caso as Luízas de Marilac, organização pela tinham efetiva participação na sociedade, daí não ser difícil se organizarem com vistas à sustentação da política aluizista, o Clube das Senadoras, que nada mais era que a sustentação da força política partidária na cidade em favor do nome Aluízio.

Juntaram as mulheres mais fervorosas na política estadual e mossoroense, dona Edith Souto, professora Ozelita Cascudo, Rose Cantídio, convocaram outras mulheres simpatizantes da corrente aluizista e fundaram o Senado. As SENADORAS imperaram por alguns anos, inclusive servindo de referencial na política do Estado.

A professora Gisela Lopes foi feliz, tanto na produção do livro quanto no cerimonial de lançamento, convocando o doutor Leodécio Fernandes Néo para apresentador, na qualidade de político atuante em Mossoró e no Estado, para coroar as expectativas de uma política que marcou história em Mossoró.

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