REMINISCÊNCIAS Wilson Bezerra de Moura

FRANCISCO MÁRCIO: ANTIGO REINADO

 

Volta e meia, no trajeto do tempo, me deparo, e não por surpresa, com uma reportagem sobre o carnaval de 1988, porque naquela época se vivia entre a paz, o amor, reconhecimento, solidariedade, era como uma grande família e toda ela unida.

Os tempos, nos anos passados, eram outros, tempo para brincar, se divertir, trabalhar, orar com fé e esperança num futuro, enquanto hoje nem a oração atinge os males dos incoerentes que, maliciosos, transformam o sossego em desassossegos.

Os carnavais de antes não eram só do povinho, se integrava todo povão com os sentimentos, até dos mais insensíveis dos humanos, todos iam à rua, sexta, sábado, domingo, segunda, terça, incansavelmente gritavam VIVAS AO ZÉ PEREIRA, e ainda saíam na quarta-feira pela manhã com tristeza ao se despedir para assumir seu compromisso, conservando a alegria e recordação dos bons momentos vividos na batucada dos grandes e insubstituíveis sambistas do Brasil.

Ali, no meio dos sambistas de saudosa memórias, dos sambistas classificados como de primeira ordem, com vigor entrelaçado em seus ideais, se jogavam de corpo e alma no frevo de Zé Pereira, vivendo instantes que nunca haviam vivenciado momentos outros, estava o Ernesto Galvão de Saboya, amigo e conhecido de todos, principalmente de sua selecionada amizade com todo vigor, construída de preparação durante o ano inteiro, até chegar aquele instante.

Num estudo feito durante esse Carnaval de 88, Informações colhidas dos arquivos Raibrito, nos deparamos com a figura de Francisco Márcio de Góes Gomes, do mesmo caráter de Nestor Saboya, bastante relacionado na sociedade mossoroense, querido dos inimigos e mais ainda dos amigos, de tanto ser um homem bom.

Condecorado por justiça pela Comissão Organizadora do Carnaval de 88, patrocinado pela prefeitura de Mossoró, ele e sua Rainha Michelle Deise receberam nos festejos carnavalescos as merecidas homenagens extensivas aos clubes de rua, que naquele ano despontaram da melhor maneira possível.

As forças indeléveis da documentação escrita são responsáveis pela recordação que vez por outra conviveremos com o passar do tempo.

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