Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo
Artigo da Semana - A ONISCIÊNCIA, ONIPRESENÇA E A ONIPOTÊNCIA DE DEUS – [email protected]
A ONISCIÊNCIA, ONIPRESENÇA E A ONIPOTÊNCIA DE DEUS
O salmo descrito abaixo, é o 139, que tem como autor o Rei Davi, que inspirado pelo Espírito de Deus, e cheio da sua graça, descreve com clareza a onisciência, onipresença e a onipotência de Deus. De modo que somos conhecidos por Deus, profundamente em nosso eu. E o caminho que trilhamos, as escolhas que fazemos, assim como nosso levantar, e o nosso deitar, é esquadrinhado pelo Rei do universo.
Por mais que planejemos nos esconde da sua face, é impossível. Pois Ele está em tudo, e em todos os lugares, assim como no futuro. Então, um Deus que é onisciência, onipresente e onipotência, e que sua soberania e transcendência, e o espelho revelador do amor pela humanidade, pode assombrar o mais vil pecado, visto que o desejo do homem é fugir da sua presença santa. E diante do pavor humano, surge um Deus que nos convida a confiar na sua benignidade e bondade. Querendo ter com cada pessoa um relacionamento pessoal e imanente.
O salmista apresenta dois atributos de Deus, os incomunicáveis e os comunicáveis. Por exemplo, a onisciência, onipresença e onipotência são atributos incomunicáveis, ou seja, somente Deus tem. Enquanto a santidade é um atributo comunicável, ou seja, Deus partilha com todos a sua santidade, como descreve o livro de Levítico. “Sede santos, porque Eu sou Santo” (Levítico 19:2).
Com o espírito livre, e coberto pela graça de Deus, vamos ler o salmo 139, com toda reverência, que o Senhor merece. Leiamos:
SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.
Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.
Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.
Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.
Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa; Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.
E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!
Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue.
Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão.
Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno. (salmo 139: 1 – 24)
O salmista faz um relato detalhado desde a fecundação, a formação do ser no ventre, até o nascimento, mostrado a grandeza da presença de Deus em cada detalhe. E em cada etapa da formação silenciosa do feto, é possível se ouvir a ordem divina, dentro do silêncio. E assim, o salmista pasmo, na revelação que teve, compreendeu a grandeza do amor de Deus, diante da insignificância do homem.
Os últimos versículos deste salmo, ensina como é a aplicação da justiça divina na sua prática. Visto que, o salmista afirma que Deus vê tudo e está no futuro. E deste modo, Ele (O Juiz dos mundos) julga todos os atos da humanidade, dando-lhe a dosimetria da pena. Todavia, os que esperam no Senhor e anda em seus caminhos, serão corrigidos e guiados pelo caminho dos justos.
Que sejamos como o rei Davi, que em adoração ao Senhor declarou: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno” (salmo 139: 23 e 24).
Escritor e Teólogo: Ricardo Alfredo