Reflexões Teológicas: com Ricardo Alfredo

Artigo: VENCEU POR MIM, A VIA DOLOROSA. - [email protected]

VENCEU POR MIM, A VIA DOLOROSA.

Se pudéssemos voltar no tempo, e ser espectador daqueles dias em Jerusalém, teríamos visto, quando e como, em meio ao desprezo e a humilhação, chegou um homem ferido, sangrando e carregando uma pesada cruz. Quase toda a humanidade estava ali representada, e não foram capazes entender a sua dor, a sua angústia e o seu amor pelo próximo.

Em Jerusalém, eram dias de festas, de comemorações, de choros de agradecimento nos muros das lamentações, de orações incessantes, de cânticos, de vozes de júbilos, que tomará de conta de toda a cidade. A cada segundo, a cada minuto e a cada hora, aconteciam vários sacrifícios em busca de aceitação e perdão de Deus.

As multidões se aglutinavam, as ruas estavam cheias, as casas altas soavam cânticos, os sacerdotes desfilavam como imperadores, a religiosidade fazia os homens temerem, porém, os corações estavam vazios.

E numa cena grotesca, caminhava sobre acoites, aquele que tinha segurado a mão dos injustiçados, dos pobres, dos rejeitados e dos marginalizados. Que tinha dado o perdão aqueles que estavam sobre a maldição da lei. Aquele que apenas deu amor, agora era tratado como criminoso, e em meio à multidão foi despojado de suas vestes, e exposta a sua desonra.

Em meio à multidão de escarnecedores, e sentido a dor do abandono, este homem, Jesus, é o símbolo vivo da paixão do eterno Deus pela humanidade. Diz o profeta Isaías: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca”. (Isaías 53:7)

Eram 600m do palácio de Pilatos, o governador, até o monte caveira. Foi de lá, que o mestre e Rei do universo, se entregou como um cordeiro para ser imolado, por amor e compaixão de toda humanidade no presente, no passado e no futuro. Foi lá, que seu corpo foi dilacerado pelos acoites do chicote Romano, que tinham nas pontas pedaços de ossos e de ferro cortante.

E em meio ao escárnio da multidão delirante, Ele caminhava com dificuldade, pois estava tão ferido e desfigurado, que suas chagas não paravam de sagrar. Em sua cabeça colocaram uma coroa de espinhos, que penetrou todos os tecidos e músculos do rosto, o desfigurando como pessoa humana, e assim, já não tinha mais aparência de homem.

Gritos, risadas, zombarias, açoites, empurrões, e Ele caminhava em silêncio, carregando todas as amarguras e dores humanas.  E a multidão, olhava com espanto e admiração para este Homem, que silenciosamente caminhava sobre desprezo, ameaça e escárnio.

Na estrada do horror, na via dolorosa, como uma ovelha levada ao matadouro, o Juiz dos mundos, escolheu dar sua vida por mim e por você. Veja o quanto você é precioso aos olhos de Deus!

Chegou ao monte caveira, foi despido e deitado sobre a cruz, e o transpassaram, mãos e pés, com prego de ferro cônicos de 12 a 17cm, os quais tinham uma cabeça quadrado de 76mm. Jesus chorou.

Foi levantado em forma de troféu em meio a tantos insultos, pelo mundo da escuridão, pelo mundo do caos e do desamor. Não havia nenhum olhar de misericórdia. Ele a tudo suportou. Acima de sua cabeça o classificaram, “Este é Jesus o Rei dos Judeus”, este era o seu crime.

Escreveu o apóstolo Lucas: “E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona. E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Eis que chama por Elias. E um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, deu-lho a beber, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo. E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus. (Marcos 15:33-39). Venceu por mim e por você, a angústia do inferno e da morte.

E ainda somos questionados! porque amamos tanto a Cristo. Porque nos preparamos tanto pela vida e ainda continuamos a servi-lo, e pensar Nele e a Ele orar. É simples, tem sido Ele a razão da existência, da esperança e da certeza da eternidade. Obrigado Jesus.

Portanto, não tenho vergonha em falar do meu Senhor e Rei Cristo Jesus, assim como ensinou o apóstolo Paulo ao dizer: Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! (Romanos 8:32 a 39)

Escritor: Ricardo Alfredo

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