Racionalidade e fé

Conforme o Espírito Emmanuel, entre a cultura terrestre e a sabedoria do Espírito há diferença a ser considerada: a primeira se modifica constantemente, variando conforme a concepção dos indivíduos seus expositores; a segunda é o conhecimento divino, puro e inalienável que a alma vai armazenando nas suas jornadas rumo à vida imortal.

Desse modo, por si só, o racionalismo não pode garantir a linha de evolução da Terra. Tem havido um largo abuso desse conceito e em virtude dos excessos observa-se civilizações amarguradas em ruínas, enfatiza o Benfeitor. E alerta: “A razão é uma base indispensável, mas só o sentimento cria e edifica. É por esse motivo que as conquistas do humanismo jamais poderão desaparecer nos processos evolutivos da Humanidade”.

Em virtude da razão humana ainda ser muito frágil, Emmanuel comenta que essa não poderá dispensar a cooperação da fé que a ilumina, para a solução dos grandes e sagrados problemas da vida.

“Falastes demasiadamente de razão e permaneceis na guerra da destruição, onde só perambulam miseráveis vencidos; revelastes as mais elevadas demonstrações de inteligência, mas mobilizais todo o conhecimento para o morticínio sem piedade; pregastes a paz, fabricando os canhões homicidas; pretendestes haver solucionado os problemas sociais, intensificando a construção das cadeias e dos prostíbulos. Esse progresso é o da razão sem a fé, onde os homens se perdem em luta  inglória e sem-fim”.

Questionado se há limites para aplicação dos métodos racionalistas, Emmanuel responde que sim, incluindo também no mesmo quesito a observação. Esses limites são condicionados pelas forças espirituais que presidem a evolução do planeta, atendendo à conveniência e ao estado de progresso moral das criaturas.

No quadro dos valores racionais, Ciência e Filosofia se integram mutuamente. Afirma o Benfeitor Espiritual que ambas se complementam no campo das atividades do mundo, como dois grandes rios que servindo a regiões diversas na esfera da produção indispensável à manutenção da vida, se reúnem em determinado ponto do caminho para desaguarem, juntos, no mesmo oceano, que  o da sabedoria.