Quem deverá ser vacinado contra COVID-19?

Um artigo publicado na revista Science abordou a possibilidade da existência de uma vacina contra a COVID-19 indagando quais devem ser os grupos prioritários para tomá-la.

Mais do que polêmico, esse assunto abre margem para discussões relacionadas aos grupos de risco x grupos em circulação pois sabemos que com o advento de uma vacina eficaz as doses distribuídas não atenderão a demanda exigida pela população onde o vírus SARS-CoV-2 está circulante: A população mundial.

Essa pauta foi abordada em uma reunião online moderada por um comitê que faz recomendações de uso de vacinas aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) e a princípio as mulheres gestantes foram eleitas como grupo prioritário para receber as primeiras doses da vacina.

A justificativa se faz pela possibilidade do vírus causar dano ao feto durante o período embrionário e perinatal o que poderia acarretar maiores consequências à longo prazo.

Junto com as gestantes entram o grupo dos trabalhadores de linha de frente: profissionais da saúde, profissionais de segurança nacional e outros trabalhadores essenciais de maior risco que também podem estar vinculados aos serviços de assistência.

segundo grupo escalado para receber as vacinas seria composto por profissionais que trabalham na área da saúde com contato indireto com casos suspeitos e em outros empregos essenciais, ou que apresentam: 65 anos ou mais, são institucionalizados ou com condições médicas conhecidas por aumentar o risco de desenvolver COVID-19 grave como obesidade, hipertensão e DM.  As demais instâncias populacionais ficariam com a terceira remessa.

Algumas vertentes acreditam que essa categorização para receber a vacina seja muito vaga. E de fato acaba sendo quando alguns grupos não são mencionados ou acabam sendo incluídos na terceira remessa.

Aqui no Brasil podemos tomar como exemplo as comunidades nativo americanas/indígenas que sofreram muito com a chegada do agente viral em suas imediações. Dado esse que não difere nas demais localidades mundiais que possuem colonização por grupos étnicos específicos.

Outra pauta em destaque diz respeito ao grupo de profissionais da linha de frente. Apesar de realmente serem os indivíduos mais expostos, por estarem lidando com a condução dos casos positivos, também são os profissionais com melhores Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) que já envolvem um certo resguardo diante da possibilidade de contaminação.

Quanto a tipificação socioeconômica não se pode deixar de lado a grande vulnerabilidade das populações que vivem em péssimas condições de moradia e sanitária. Que poderiam funcionar como verdadeiros vetores se algo (como uma vacina) não interrompesse a cadeia de disseminação do vírus SARS-CoV-2.

Ainda temos o fato de que vacinar a população circulante, como os jovens, pode acabar sendo mais viável, pensando-se em conferir proteção aos grupos de risco através da imunidade de rebanho.

Contudo, essa e outras questões, por enquato, foram deixadas de lado, já que a OMS apoia o mesmo procedimento estratificado para oferecer a vacina quanto essa estiver disponível.

Relembrando o que foi dito no início: Não importa de onde você seja, ou como seja seu status social e econômico, todo mundo está sedento por uma oportunidade de ter para si uma forma de estar seguro contra o novo coronavírus. Sendo assim, muito ainda há de ser estudado e acordado a respeito da vacinação, quando está estiver disponível.

Ou assim esperamos, ESPERANÇOSAMENTE.

 

por Renata Campos Cadidé

Academia Médica

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