Países do G7 prometem eliminar importações de petróleo da Rússia e EUA aumentam sanções

Os países do G7, as principais economias desenvolvidas do planeta, "comprometeram-se a proibir ou eliminar gradualmente as importações de petróleo russo", informou a Casa Branca neste domingo (8). A escolha da data para o anúncio é simbólica, no dia em que os europeus comemoram o fim da Segunda Guerra Mundial.

Texto por: RFI

“Isso será um duro golpe para a principal artéria da economia de (Vladimir) Putin e lhe negará a renda necessária para financiar a sua guerra”, acrescentou Washington, em um comunicado. O texto não especifica quais compromissos foram assumidos pelos membros do G7, formado por França, Alemanha, Canadá, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

Em um comunicado conjunto, o G7 denuncia uma “guerra de agressão não provocada lançada por Vladimir Putin e reafirma apoio ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidado a participar da reunião. “As ações do presidente russo jogam desonra sobre a Rússia e os sacrifícios históricos do seu povo”, ressalta o texto.

O grupo realizou neste domingo sua terceira reunião do ano por videoconferência. As discussões ocorreram na véspera do desfile militar na Rússia de 9 de maio, que marca a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista.

“Com esta invasão e com sua atuação na Ucrânia desde 2014, a Rússia violou a ordem internacional fundada sob a égide do direito, em particular a Carta das Nações Unidas, redigida ao final da Segunda Guerra Mundial, para proteger as gerações futuras do flagelo da guerra”, justifica o texto.

Impasses quanto ao petróleo e gás

O Ocidente tem demonstrado uma coordenação nos anúncios de sanções contra Moscou, em represália à ofensiva russa na Ucrânia No entanto, não avança no mesmo ritmo quando se trata de petróleo e gás russos – países como a Alemanha são altamente dependentes das importações de energia de Moscou.

Os Estados Unidos, que não eram grandes consumidores do petróleo russo, já proibiram a importação do produto nas primeiras semanas após o início do conflito, em 24 de fevereiro. Neste sentido, a União Europeia continua intensas negociações para estabelecer um embargo ao petróleo russo.

“Nós trataremos de proceder [o fim das importações russas], no tempo oportuno e de maneira ordenada, dando ao mundo o tempo para encontrar outras fontes de energia”, frisa o comunicado dos dirigentes do G7.

Novas sanções americanas

Os Estados Unidos também anunciaram novas sanções contra a Rússia, que afetam a mídia e o acesso de empresas e grandes fortunas do país a serviços de consultoria e contabilidade americanos e britânicos, que são os grandes especialistas mundiais. A Channel One Russia, a emissora de televisão Russia-1 e a NTV Broadcasting Company foram incluídas na lista de organismos sob sanção. Desta forma, Washington proíbe qualquer empresa dos EUA de financiá-los por meio de publicidade ou vender equipamentos.

“Nenhuma empresa americana deve se envolver no financiamento da propaganda russa”, disse um alto funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato.

Também foram proibidos os serviços de “auditoria, gestão, consultoria, serviços de marketing, todos os serviços usados para operar empresas multinacionais, mas também potencialmente para evitar sanções ou esconder riquezas adquiridas de forma perversa”, informou a mesma fonte.

Os europeus têm laços industriais mais estreitos com a Rússia, mas os Estados Unidos e o Reino Unido, por outro lado, dominam o universo dos serviços, através dos chamados “Big Four”, os quatro gigantes mundiais da auditoria e consultoria: Deloitte, EY, KPMG e PwC.

Washington também anunciou novas proibições à exportação de produtos dos Estados Unidos para a Rússia, incluindo todos os bens de capital, desde escavadeiras até sistemas de ventilação e caldeiras. Foram, ainda impostas de restrições de visto a 2,6 mil personalidades russas e bielorrussas, bem como sanções contra funcionários dos bancos Sberbank e Gazprombank.

Com informações AFP e Reuters

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