Padre de única Igreja Católica em Gaza não sabe para onde ir

Palestinos não sabem se virão ao Brasil por questões financeiras.

A única igreja católica que atende à pequena comunidade cristã que vive em Gaza se tornou um abrigo — desta vez não para quem procura conforto espiritual, mas para mais de 500 pessoas de diferentes religiões cujas casas foram destruídas.

“Nossa paróquia virou um campo de refugiados”, disse à BBC o padre argentino Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família, a única igreja católica na cidade de Gaza e na Faixa de Gaza. Romanelli está atualmente em Belém, na Cisjordânia, tentando voltar para Gaza.

Após o ultimato de Israel nesta sexta-feira (13/10) para que mais de um milhão de pessoas do norte da Faixa de Gaza desocupem a região em 24 horas e se dirijam ao sul, para “segurança e proteção”, a comunidade vive momentos de pânico e incerteza.

Enquanto a ONU fez um apelo para Israel retirar a ordem, dizendo que é impossível mover 1,1 milhão de pessoas, o Hamas diz para que palestinos da região fiquem onde estão.

Um oficial do grupo Hamas descreveu a ordem de Israel como “propaganda falsa” e instou os cidadãos locais a ignorá-la.

A Faixa de Gaza abriga 2,2 milhões de pessoas — 1.017 das quais são cristãs, de acordo com a diocese local. “A maioria é ortodoxa. A comunidade católica é muito pequena”, diz o sacerdote.

O complexo da igreja inclui o templo principal, três escolas e uma capela, onde missas, orações e confissões são feitas em árabe.

Desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, e os bombardeios israelenses que vieram na sequência, cristãos e muçulmanos partilham estes espaços dia e noite.

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