OPINIÃO: RN E O “PULO DO GATO”

 

Ney Lopes

O “pulo do gato” é uma expressão popular, que significa criar o próprio sucesso.

Aplica-se a busca de alternativas viáveis na economia, a nível individual ou coletivo.

Os avanços da indústria tecnológica e de energia abrem caminhos para o RN crescer economicamente, desde que o governo, entidades públicas e privadas, deem o “pulo do gato”, enquanto é tempo.

Do contrário, vamos perder as oportunidades, como já perdemos na transnordestina, polo exportador e turístico no Grande Natal, refinaria e agora “patina” o Terminal Pesqueiro Público de Natal.

O RN detém uma das maiores reservas de “lítio” do Brasil, metal raro, que gera grande competição global.

Na transição energética, é chamado de “petróleo do futuro” e “ouro branco”, devido ao potencial de substituição do motor a combustão, essencial na fabricação de baterias para carros elétricos.

Além disso, é utilizado no fabrico de celulares, notebooks, indústria farmacêutica (antidepressivos), produção de graxas/lubrificantes, vidros, cerâmica (principalmente no polimento de porcelana), ligas leves e resistentes usadas em aviões comerciais, tanques de combustível, ou formas de soldagem

A produção brasileira de lítio é de 2.200 toneladas ao ano, a quinta maior mundial, mas poderá alcançar a terceira colocação no mundo, que atenderá à demanda crescente da frota de carros elétricos no país.

Hoje, a extração do lítio é feita em pedreiras de pequeno e médio porte em Minas Gerais.

Em andamento, pesquisas do governo federal na Província Pegmatítica da Borborema, abrangendo o Rio Grande do Norte, a Paraíba e Ceará.

A Agência Internacional de Energia, estima que a demanda global de lítio deverá crescer 40 vezes nos próximos 20 anos, colocando a classificação do minério na mesma categoria do petróleo, para satisfazer as necessidades da mobilidade elétrica, cujo número continua a aumentar.

Os automóveis elétricos serão os únicos veículos novos, que poderão ser vendidos na União Europeia, a partir de 2035.

A notícia promissora sobre o futuro da exploração do lítio é a chegada ao Brasil da empresa chinesa BYD, que adquiriu a fábrica da Ford, em Camaçari, na Bahia, e deseja fazer da unidade brasileira uma “vitrine” para América do Norte e Europa.

A BYD é a maior exportadora de veículos elétricos chineses e a segunda maior vendedora de veículos elétricos na China. Instalará linha de montagem de baterias de lítio para atender ao mercado externo, além de unidades para a produção de caminhões e ônibus elétricos.

O RN possui recursos minerais de alta qualidade, indispensáveis numa transição para a economia de baixo carbono, tais como, nióbio, lítio, cobre, já identificados na Província Mineral do Seridó.

A hora é de exercitar a criatividade, buscar parcerias, nacionais e internacionais, incrementar pesquisas e acreditar no futuro. As oportunidades são como o passar do trem, “se bobear a porta fecha e você fica”.

(Artigo publicado hoje no AGORA RN)

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