OPINIÃO: “O GESTO DE BOLSONARO”

 

Ney Lopes

A mídia registrou (e aplaudiu) o gesto do presidente Bolsonaro, ao convidar ontem, 3, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, para que fosse ao seu gabinete, quando o cumprimentou e desejou sucesso na transição de governo.

Gesto civilizado e emblemático.

Aristóteles, em seus estudos, qualificou a aproximação entre as pessoas que se opõem como uma forma de alcançar a harmonia social.

Na política é essencial.

Mais recentemente, uma série de estudos realizados por Markus Koppensteiner na Universidade de Viena, na Áustria, examinou a forma como as pessoas gesticulam e se inter-relacionam e destacou as relações políticas.

Os resultados são impressionantes.

No caso brasileiro, o gesto de Bolsonaro significa o seu compromisso pessoal com a transição.

Não poderia ser de outra forma, num país democrático.

A Lei 10.609/2002 e o Decreto 7.221/2010 garantem o acesso de uma equipe de transição com 50 integrantes e um coordenador a informações dos órgãos públicos federais para que o presidente eleito possa planejar ações a serem tomadas logo após a posse.

Atuação da equipe de transição está autorizada a começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

A lei determina que os titulares dos órgãos e entidades são obrigados a fornecer as informações solicitadas pelo coordenador da equipe de transição, além de prestar-lhe apoio técnico e administrativo necessário aos seus trabalhos.

Esses últimos fatos conduzem a crença de que seja possível em futuro próximo a formação de um “pacto nacional”, onde os partidos se sentem numa mesa, sob a coordenação do governo, para debaterem as prioridades nacionais.

Seria uma forma de vencer etapas e avançar em soluções de urgência. Muitos países assim agiram.

Deus queira que o Brasil siga esse exemplo.

O gesto de Bolsonaro ao cumprimentar Alckmin é um bom começo.

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