OPINIÃO: “LULA QUER UNIR AZEITE COM ÁGUA”

 

Ney Lopes

A primeira reunião do ministério sinalizou várias regras a serem cumpridas pelo colegiado, durante a administração.

A principal delas e mais difícil de ser cumprida é o que disse Lula: “Nós somos um governo de pessoas diferentes”.

Com isso, o presidente quis dizer ao PT, que tolere os que chegaram agora na “frente ampla” que garantiu a eleição.

O “recado presidencial” foi claro, ao afirmar que

Nós não somos um governo de um pensamento único, não somos um governo de uma filosofia única, não somos um governo de apenas pessoas iguais. Nós somos um governo de pessoas diferentes e o que é importante é que a gente, pensando diferente, tem que fazer o esforço para que no processo de reconstrução desse país, a gente pense igual, a gente construa igual”.

A ministra Simone Tebet, ao tomar posse no Planejamento, disse que tinha diferenças econômicas com Haddad da Fazenda.

Antes falara isso ao presidente, que, segundo ela, retrucou: “é isso que eu quero, porque eu sou um presidente democrata e um presidente democrata não quer apenas os iguais, quer os diferentes para se somar”. Porque é assim que se constrói uma nação soberana, justa e igual para todos”.

A diretriz de Lula é correta, porém a maioria dos seus correligionários não pensa assim.

Querem a desforra, a revanche.

Para administrar esse quadro de conflitos, o chefe da nação terá muito trabalho e exercitará a sua vocação de conciliador.

Na largada do governo, Lula conseguiu entregar os “ministérios chaves” ao PT e acomodou os “novos” que chegaram na campanha.

Nas tarefas do dia a dia isso será mais complexo e exigirá do presidente, além de habilidade, capacidade de decidir com firmeza.

Os focos de possíveis choques de posições concentram-se não apenas nos ministérios da Fazenda e Planejamento, mas também Justiça, Defesa, Casa Civil, Previdência, Trabalho, Meio Ambiente.

Na primeira reunião ministerial, o Presidente reafirmou que deseja uma frente ampla.

Não se sabe se ele alcançará na prática esse objetivo.

Afinal é um trabalho de unir azeite com água.

Difícil, mas não impossível!

 

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