OPINIÃO: “JUROS: UMA QUEDA DE BRAÇO”

Presidente Lula e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

Ney Lopes

O país assiste verdadeira “queda de braço” entre o governo federal e o BC.

A discordância é sobre a manutenção da exorbitante taxa de juros real (13.75% ano), a mais alta do mundo.

Na verdade, após a crise das economias avançadas em 2008 e o pós-pandemia, as políticas fiscal e monetária não podem mais ser tidas como independentes.

Para sair da estagnação é necessário considerar o Estado parte do projeto, não há como suprimi-lo, não existe capitalismo sem Estado eficiente.

Revisão – Nos últimos 40 anos as teses econômicas centrais passam por uma completa revisão.

O motivo foi o crescimento lento na era neoliberal e a concentração dos benefícios nas elites econômicas.

Cresceu a desigualdade, impondo alternativas às políticas monetárias. Juros altos afastam investimento e reduzem produtividade.

Regulação – A retomada pós pandemia supõe  a questão do Estado como indutor de crescimento, como organizador da ação coletiva empresarial, sem qualquer forma de intervencionismo.

Apenas regulação, como é nos Estados Unidos e países capitalistas do mundo.

USA – O Banco Central não pode atuar à distância dos compromissos com a sociedade.

Na pátria do capitalismo – Estados Unidos – Paul Vocker, ex-presidente do BC americano, dizia que o congresso americano criou a autonomia do Banco Central, da mesma forma que poderia fechá-lo, se faltar a colaboração com o governo eleito.

Juros – O professor James Gailbraith, um dos economistas globais mais influentes, analisou que o Brasil é um dos lugares mais seguros do mundo para o investimento.

Tem uma estrutura financeira sólida, que protegeu bem o país na crise de 2008. Mas a política atual de juros altos precisa ser abandonada, pois é insustentável.

Diálogo- Além da definição da ancora fiscal, essa questão dos juros terá que ser resolvida.

Espera-se, que o diálogo seja o instrumento usado.

Olho aberto

Pai- Neste 28 de março, seria o aniversário do meu pai, Josias de Oliveira Souza, já falecido em 1972.

Jamais esqueço todo bem que ele me fez, toda paz que me proporcionou e os ensinamentos de humildade e caráter, que me deu dia após dia.

Descanse em paz!

Macron – Mesmo sendo um líder da direita, Emmanuel Macron denunciou “algumas grandes empresas” qualificando-as de “cinismo”, ao pedirem “dinheiro público” para que “os trabalhadores possam beneficiar-se da previdencia social”.

Essas empresas geraram grandes lucros milionários  e recompram as suas próprias ações no mercado.

Ramadã – Praticado pela comunidade muçulmana, começou o Ramadã, o nome dado ao nono mês do calendário islâmico. Em 2023 irá de 22 de março até a noite de 21 de abril.

Quase 2 bilhões de islâmicos fazem jejum, desde o nascer até o pôr do sol.

Pilhagem – O economista Utsa Patnaik calculou que a Coroa Britânica extraiu da India, durante a colonização, 45 trilhões de dólares (nos valores de hoje) de 1765 a 1938.

Em outras palavras, a pilhagem foi equivalente ao valor de duas décadas do atual Produto Interno Bruto (PIB) da Índia, de 2,5 trilhões de dólares.

Brasil – Atualizados os valores de riquezas brasileiras, que foram parar em Portugal, até 2017, o total aproximado é de R$ 48 bilhões de reais.

Direitos trabalhistas – O Tribunal Superior do Trabalho  decidiu que as horas extras feitas pelo trabalhador também devem entrar no cálculo de benefícios, como férias, 13º salário, aviso prévio e FGTS.

A regra começou a valer no dia 20 de março deste mês

Cadeira presidencial – Nas duas vezes em que assumiu a Presidência da República devido viagens de Lula, o vice Alckmin despachou na copa anexa à sala presidencial, onde são servidos almoços.

Lula o convenceu a usar a sua sala.

Mas, ele se recusou sentar na cadeira presidencial.

Disse: “na sala eu posso ficar, mas a cadeira é do presidente, nela eu não sento”.

O socialista milionário I – Faleceu em Lisboa o comendador Rui Nabeiro, 91, conhecido com um socialista milionário, que era o melhor amigo dos trabalhadores.

Logo no início da pandemia tomou decisões: não iria pedir quaisquer ajudas ao Estado, nem demitiria ninguém.

Pagou do próprio bolso.

O socialista milionário II – O comendador nasceu numa família pobre.

Trabalha desde menino e logo assumiu a direção da torrefação do seu pai, que transformou numa das maiores e poderosas empresas nacionais.

O socialista milionário IIII – Ele se dizia socialista, mas não seguia o Partido comunista português.

O legado do comendador é da empresa Delta, que tem mais de três mil trabalhadores.

O grupo alargou-se a diversos negócios, dos vinhos ao imobiliário e hotelaria.

Falta d’água – Milhares de crianças em Singapura terão apenas disponível nas torneiras das suas escolas uma gota de água: não porque o país viva um período de escassez, mas porque organizou uma grande operação de racionamento de água para alertar a população, em particular os jovens, sobre os desafios de conservar os diversos recursos disponíveis.

Bom exemplo!

(Coluna “Por trás da notícia” publicada no jornal AGORA RN)

 

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