O Santuário do Sagrado Coração de Jesus

Geraldo Maia do Nascimento gemaia1@gmail.com www.blogdogemaia.com
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É um dos templos religiosos mais antigos de Mossoró. Foi inaugurado em 10 de outubro de 1907 pelo Cel. Miguel Faustino do Monte, em cumprimento a promessa. Na realidade, a capela teve sua edificação iniciada em 1904, com recursos próprios daquele industrial.

Miguel Faustino do Monte nasceu numa quarta-feira, em 11 de agosto de 1858, na cidade de Sobral/CE. Veio para Mossoró por volta de 1884, quando contava vinte e seis anos de idade. O comércio lhe atraia e Mossoró era, naquela época, uma grande praça comercial. Conseguiu emprego de auxiliar de balcão na grande firma comercial Souza Nogueira. Era criterioso nos seus afazeres, disposto para o trabalho e com grande tino comercial. Conseguiu, com isso, não só a confiança do dono da empresa, como também a mão de sua filha. E assim foi que em pouco tempo passou de simples caixeiro de balcão a genro do patrão.

Em uma das viagens de Souza Nogueira a Recife/PE, por volta de 1894, o genro Miguel acompanhou-o. Foi ai que conheceu o grande homem da indústria e do comércio da região: Delmiro Gouveia, o homem da Fábrica de Pedra à margem do São Francisco. Delmiro Gouveia mantinha relações com Souza Nogueira. Mas ao conhecer Miguel Faustino, vislumbrou no mesmo as qualidades que necessitava para um novo aliado. E o convite veio de chofre:
“- Menino, queres trabalhar para mim? Comprarás peles, couros, outros artigos, se preciso. Mas quem trabalha para mim, se honesto e ativo, acabará bem, ao contrário o diabo o levará”.

Miguel estremeceu. Delmiro Gouveia era um homem muito poderoso. Dava medo tratar com ele. Mas acertou o negócio e passou a trabalhar para Delmiro com inteligência, fé e retidão.

Após algum tempo, foi ao Recife prestar conta a seu patrão. Nessa época, Delmiro Gouveia encontrava-se com um grande problema nas mãos: havia financiado uma sociedade salineira e esta achava-se em falência. O inverno de 1894 havia levado todo lastro da produção de sal, não tendo, os proprietários, como pagar o empréstimo, de modo que a salina Jurema e mais rebocador, batelão e tudo o mais foi parar nas mãos do financiador. A solução encontrada por Delmiro foi confiar a Miguel Faustino o destino da salina.

Voltando a Mossoró, Miguel Faustino foi verificar a salina e notou que com as chuvas, os montes de sal foram soterrados, mas não estavam perdidos. Mandou que retirassem a lama e debaixo dessa encontrou o sal que a enchente do rio não levara. Foi aí que se tornou salineiro acumulando grande fortuna.

Miguel Faustino era um homem dotado de predicados cristãos. Além da construção do Santuário do Sagrado Coração de Jesus, que permanece até hoje com suas linhas originais, arcou com a responsabilidade da maior parte do patrimônio levantado para a Diocese de Mossoró, doando seu palacete residencial para sede do Seminário Santa Terezinha, uma casa de sua propriedade na praça Vigário Antônio Joaquim, onde funciona a Rádio Rural além de apreciável quantia em espécie à Diocese de Mossoró.

O rápido enriquecimento de Miguel Faustino e a sua generosidade para com a Igreja fizeram surgir lendas onde se dizia que o mesmo havia enriquecido por ter feito um pacto com o diabo. E estava passando parte dos seus bens para a igreja como forma de redimir com Deus. Essa lenda ainda é contada pelas pessoas mais antigas.
Já na velhice transferiu sua residência para o Rio de Janeiro, onde morreu em 10 de novembro de 1952, aos 94 anos de idade. Fez muito por Mossoró e por sua Diocese. Seu nome está gravado na galeria dos grandes homens de Mossoró.

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