Nordeste tem baixo número de aparelhos de radioterapia na rede pública

Os hospitais públicos brasileiros têm menos da metade dos aparelhos de radioterapia recomendados pela Organização Mundial da Saúde para atender os pacientes com câncer. Além da falta de equipamento e da péssima distribuição pelo país, alguns equipamentos estão quebrados há anos.

Em todo o país, 18 aparelhos de radioterapia credenciados ao SUS estão parados porque quebraram, estão em manutenção ou nunca foram instalados, reduzindo ainda mais a oferta que está longe do ideal.

A cidade de Mossoró acompanhou um longo processo para funcionamento de um aparelho de radioterapia que atende pacientes de vários municípios do Rio Grande do Norte e Ceará.

O equipamento está em funcionamento no Hospital da Solidariedade que rotineiramente vê a continuidade dos serviços ameaçada devido atraso no repasse de recursos do SUS e inexistência do pagamento do plus a médicos quer atuam na unidade.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que para cada 300 mil habitantes uma máquina esteja disponível. Atualmente, existem 269 aparelhos na rede pública. Mas seria necessário o dobro disso para atender os pacientes com câncer, já que a fila não para de crescer.

Estima-se que existam mais de 100 mil pessoas na fila para fazer procedimento radioterápico, principalmente no Norte e Nordeste.

Para ampliar a oferta de radioterapia, o Ministério da Saúde lançou um plano em 2012 que previa a instalação de até 80 aparelhos em todo o país. Mas até agora apenas dois foram instalados.

O ministério diz que mais 18 aparelhos devem ser entregues ainda este ano.
A radioterapia é um tratamento contra o câncer que destrói as células de um tumor, impedindo que elas se multipliquem.

“Cerca de 60% dos pacientes com câncer precisam desse tipo de tratamento”, afirma Eduardo Weltman, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia. Quando um equipamento quebra, ele deixa de atender cerca de 50 pessoas por mês. E isso preocupa os médicos.