Ney Lopes: VAMOS TOMAR UM CAFEZINHO?

 

Ney Lopes

Estudo do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), publicado na revista Molecular Psychiatry, “oferece uma perspectiva única nas mudanças estruturais e de conectividade que acontecem no cérebro de quem bebe café regularmente”.

O café como bebida surgiu na Etiópia através de abades que após fazerem uma bebida com os frutos do cafeeiro, notaram um aumento do estado de alerta durante as longas orações da noite.

A pesquisa é apoiada pelo Institute for Scientific Information on Coffee.

Esta é a primeira vez que o efeito de beber café regularmente tem na nossa rede cerebral é estudado com este nível de detalhe.

Quem bebe café com regularidade tem “um reduzido grau de conectividade em duas áreas do cérebro, indicando efeitos como uma melhoria no controle motor e nos níveis de alerta (ajudando na reação ao estímulo) em comparação com quem não bebe café.

A investigação encontrou “padrões de maior eficiência noutras áreas do cérebro, como o cerebelo”, consistente com efeitos  como  “uma maior atividade dinâmica em várias áreas do cérebro” a que se junta “uma notória melhoria” na aprendizagem e na capacidade de memória.

As diferenças no cérebro, observadas em quem bebe café regularmente, foram também notadas num grupo de pessoas que não bebem café após consumirem um copo da bebida:

Todos surpreendentemente demonstraram uma capacidade do café em impor mudanças em curtos períodos de tempo.

A investigação usou uma tecnologia denominada de ressonância magnética funcional para comparar a estrutura e conectividade no cérebro de um grupo de pessoas que bebe café diariamente com a de um grupo de pessoas que não bebe.

Anteriormente a esta pesquisa o já eram conhecidos alguns efeitos do café na saúde humana.

Os principais compostos bioativos do café que têm sido associados a um efeito positivo para a saúde são a cafeína, os polifenóis, a trigonelina e o ácido clorogenico.

Vários estudos mostram que o consumo regular e moderado de café por pessoas saudáveis, isto é, o mesmo que 2 a 3 cafés por dia (ou 300 a 400mg por dia de bebidas contendo cafeína) pode contribuir para a prevenção de várias doenças crônicas.

A prevalência de doenças como a diabetes Mellitus tipo 2, de doença hepática e de cancro hepatocelular, assim como de doença de Parkinson e Alzheimer, parece ser menor em pessoas que referem um consumo regular e moderado de café.

A nível desportivo, alguns estudos sugerem ainda que o café pode contribuir para melhorar a resistência em exercícios de longa duração.

Entre as principais contraindicações do consumo excessivo de cafeína (acima de 400mg por dia) encontram-se a taquicardia, o aumento da pressão arterial, ansiedade, insônias e alterações gastrointestinais.

Com tamanha segurança cientifica convido o internauta: “vamos tomar um cafezinho? ”

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