Ney Lopes – Por Trás da Notícia

Ney Lopes

Volto a analisar o quadro político nacional.

A recente catástrofe no litoral de SP tornou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, beneficiário do contraste com as posições de Bolsonaro.

A aproximação com o presidente Lula ocorre normalmente, sem nenhuma intenção do governante paulista em desgastar o ex-presidente Bolsonaro.

Os fatos públicos e notórios falam por si e justificam a posição do governador paulista.

Eficiência – O estilo de Tarcísio Freitas faz com que, até agora, ele não tenha sinais de oposição em São Paulo.

A sua carreira vai nos últimos anos de técnico desconhecido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a um dos ministros mais eficientes do governo Bolsonaro.

Carreira – Capitão da reserva formado pelo IME e mestre em Engenharia de Transportes pela mesma escola, o engenheiro chegou ao Ministério da Infraestrutura como um nome técnico e agora, no governo de SP, aprende rápido a fazer política.

Posições lúcidas – Tarcísio de Freitas, embora integrasse a ala militar do governo Bolsonaro, manteve distância da militância radical bolsonarista e afastou-se da guerra ideológica.

Governa SP com civilidade e pragmatismo, partindo do princípio que defende, segundo o qual “Não importa se você é de direita ou de esquerda, pobre não sabe o que é direta ou esquerda. Ele [sabe que] precisa de teto, abrigo. Precisa de proteção, de saúde, de resolução de seus problemas imediatos”.

Futuro – Ainda é cedo para prognósticos políticos futuros. Mas, pelo andar da carruagem, Tarcísio afirma-se como um governante de centro-direita.

Considere-se, que a sucessão de erros de Bolsonaro, abriu espaço para novas lideranças.

Bom senso – Nos bastidores políticos de Brasília, comenta-se que Tarcísio de Freitas tentou convencer o presidente Bolsonaro da importância da vacinação contra a Covid-19.

Ele também buscou diálogo com o então colega de ministério, Sergio Moro, para evitar sua saída do governo.

Não obteve sucesso em nenhuma dessas missões, mas deixou a marca do bom senso.

Sinceridade – Outro aspecto relevante, é que Tarcísio de Freitas não esconde o que pensa.

Repete sempre que a esquerda não cabe em São Paulo, estado que ele acha ter vocação para o empreendedorismo e o capital.

Foi assim que ganhou a eleição.

E talvez seja assim, que se torne opção para a eleição presidencial de 2026.

Olho aberto

Violência – Coronel Araújo, secretário de segurança pública, tem razão ao contestar uma ONG internacional, que colocou Natal e Mossoró na lista das 50 cidades mais violentas do planeta.

A metodologia usada é falha, a partir do fato de ter considerado a população de Natal de 1.4.mi pessoas.

Além disso, levou em consideração apenas 50 países, deixando de fora nesse ranking mundial 145 países.

José Dirceu – O ex-chefe da Casa Civil do Governo Lula passou por uma cirurgia para a drenagem de um hematoma no crânio, em Brasília.

Recupera-se bem.

Bolsonaro – Em Orlando, o ex-presidente Bolsonaro desabafou sobre o período do Planalto.

Citou o salário baixo de 33 mil reais e a falta de tempo para a mulher Michelle.

Armas – Maioria dos brasileiros é contra “liberou geral” no porte e posse de arma.

Levantamento mostra que 60% dos brasileiros são contrários à flexibilização no porte e posse de arma pelos cidadãos.

Michelle – A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro está animadíssima com a política.

Recentemente, na condição de presidente do PL mulher, juntou 12 deputadas na sede do partido.

Em março, mês do Dia Internacional da Mulher, comandará grande evento partidário.

Teste – O governo considera que a base aliada só será testada em maio, quando vencem as primeiras medidas provisórias (MPs) assinadas por Luiz Inácio Lula da Silva.

Guerra – Ontem, 24, completou um ano da guerra na Ucrânia, sem perspectivas de paz.

Janja – A primeira dama Janja manifestou o propósito de sempre acompanhar o presidente, em eventos públicos.

Mas, na recente catástrofe paulista preferiu comparecer a uma festa carnavalesca em Brasília, não indo a SP.

Estados Unidos – Em resumo, foi positiva a viagem do presidente Lula à Washington.

Há muitas áreas em que os dois países falam a mesma língua.

As discordâncias não deverão influir no desenvolvimento normal das relações entre o Brasil e os EUA.

Visita – Nesta terça feira, o secretário de estado americano John Kerry chega ao Brasil para discutir temas ligados ao meio ambiente.

Sem dúvida, uma negociação delicada.

Aceitar os Estados Unidos como parceiro nessa área é uma coisa.

É outra coisa entregar a nossa política ambiental a Washington.

(Texto publicado também no jornal AGORA RN, de Natal,RN, e no Diário do Poder, DF)

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