Ney Lopes – Deus Salve a Rainha Elizabeth II

 

Ney Lopes

Hoje, a rainha Elizabeth II, 95 anos, faz história, quando se torna a primeira monarca britânica a marcar um Jubileu de Platina, ou seja, 70 anos de serviço ao povo do Reino Unido, que inclui o Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

Ela assumiu o reinado, após a morte de seu pai, o rei George VI, no dia 6 de fevereiro de 1952, ocasião em que se encontrava em visita ao Quênia numa turnê internacional.

As notícias chegaram, através do seu marido, o príncipe Philip, que morreu no ano passado, aos 99 anos, após mais de sete décadas a seu lado.

Jubileu é o aniversário especial de um grande evento.

O termo tem origens bíblicas, aparecendo no Antigo Testamento, em referência a uma lei que afirmava que um ano ‘Jubileu’ deveria ocorrer a cada 50 anos em Israel, como um período de redefinição do perdão da terra e da dívida.

A Igreja Católica Romana celebra jubileus – o perdão dos pecados e a reconciliação – a cada 25 anos.

Elizabeth II inicialmente não estava destinada a herdar a coroa.

Tornou-se rainha por conta da abdicação de seu tio, Edward 8º, para se casar com a norte-americana divorciada Wallis Simpson.

Ainda em 2015, ela ultrapassou sua tataravó Victoria como a monarca mais longeva em uma linha de sucessão, que se estende desde o rei normando William 1º e sua conquista da Inglaterra em 1066.

Em sete décadas de reinado, Elizabeth I acompanhou várias crises como o fim do Império Britânico, as greves dos anos 1980, o conflito na Irlanda do Norte, ataques terroristas, o ‘Brexit’ (processo da saída do Reino Unido da União Europeia) e a pandemia de covid-19.

Apesar dos impactos, a monarca tem sido um símbolo de estabilidade, representando os interesses do Reino Unido no estrangeiro e mantendo-se acima da política interna.

A morte da princesa Diana, em 1997, as acusações de racismo no seio da família real feitas pelo neto, o príncipe Harry, e, mais recentemente, o processo de alegados abusos sexuais contra um dos seus filhos, o príncipe André, foram outros dos acontecimentos, que abalaram a monarquia britânica nas últimas décadas.

Neste domingo, as comemorações serão discretas, com a presença de familiares no Palácio de Sandringham, residência particular.

As festividades populares serão somente aquelas programadas para um longo fim de semana de feriado de quatro dias, no início de junho próximo.

A rainha mantém níveis elevados de popularidade e preserva com rigor as tradições britânicas.

A prova disso é que hoje ela convidou para almoço a sua  ex-cozinheira Angela Wood, que ajudou a criar o chamado “Coronation Chicken” (frango da coroação) ou “Queen Elizabeth Chicken”, considerado clássico da gastronomia inglesa, ou seja frango frio coberto com um molho cremoso de caril, que foi servido no banquete da coroação de Isabel II em 1953.

O estado de saúde da soberana britânica é motivo de preocupação, desde que foi colocada em repouso pelos médicos em outubro último, após passar uma noite no hospital para exames preliminares, cuja natureza nunca foi especificada.

A rainha reduziu consideravelmente as suas atividades oficiais.

Elizabeth II ao longo do seu reinado sempre teve comportamento exemplar.

Note-se que por força da pandemia, ela ficou sentada sozinha no funeral do marido, príncipe Filipe, em abril do ano passado.

Em homenagem respeitosa,  só resta repetir o hino inglês: “Deus salve a Rainha Elizabet II”.

 

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