Natal: Cooperativa nega paralisação e médicos mantêm atendimento

A Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) não reconhece a greve anunciada pelo Sindicato dos Médicos do Estado (Sinmed), que estaria acontecendo desde a quarta-feira (23). As informações são do Jornal Tribuna do Norte.

De acordo com a cooperativa, os profissionais estão trabalhando normalmente e não existe prejuízo nos atendimentos. Na última terça-feira, o sindicato da categoria informou que os médicos cooperados teriam decidido cruzar os braços em virtude da falta de repasse do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal, o que representaria um atraso salarial de cinco meses.

Conforme apurado pela reportagem do jornal, em unidades do Estado e de Natal, os médicos cooperados estavam exercendo os plantões regularmente. Funcionários do Hospital Walfredo Gurgel e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) localizada em Cidade da Esperança relataram que desconheciam o movimento grevista. A direção da Coopmed negou que qualquer paralisação estivesse acontecendo e ressaltou que as escalas estão sendo cumpridas normalmente.
Representantes da cooperativa destacaram que, neste momento, não há motivos suficientes para deflagração de uma paralisação. Isso porque os devedores estão cumprindo acordos de parcelamento dos meses em atraso. Ainda na terça (22), após o Sinmed comunicar que os profissionais iniciariam uma greve, a Coopmed emitiu um comunicado interno “desautorizando” o sindicato e alertando que “possíveis paralisações seriam informadas pelos meios legais” da cooperativa.
O Sindicato dos Médicos considera que cinco folhas estão em aberto (março, abril, junho, julho e agosto), mas, ao mesmo tempo, reconhece que somente os meses de março e abril estão em atraso efetivamente, uma vez que o Estado tem até 90 dias para pagar fornecedores. “Médicos que prestam serviço ao Governo do Estado e à Prefeitura de Natal, através de cooperativas e empresas médicas, decidiram por unanimidade, pelo estado de greve a partir desta quarta-feira”, dizia um informe publicado no site oficial do Sinmed.
Em entrevista à TN, o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, afirmou que o movimento trata-se de uma “operação padrão”, mas que nenhum tipo de atendimento foi afetado pela mobilização. De acordo com Geraldo Ferreira, dentro da “operação padrão”, os profissionais vão às unidades vestidos com coletes pretos e conversam com a população sobre os atrasos salariais.
“Desde o dia 23, o estado de greve está funcionando. O estado de greve funciona assim: todos os médicos vão para os seus locais de trabalho. Não tem médico ausente do trabalho. O que eles estão fazendo é usar um colete, dizendo que estão em greve, depois conversam com a população para dizer que estão em greve em razão de atrasos desde o mês de março, ou seja, seis meses, embora a gente saiba que eles podem atrasar até 90 dias, mas fora isso, eles já extrapolaram”, comenta.
Uma foto com duas mulheres vestindo coletes pretos com a frase “médicos em greve” chegou a circular nas redes sociais na quinta-feira (24), mas a Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte disse que as profissionais eram médicas estatutárias, isto é, não eram cooperadas, conforme checagem feita junto ao Hospital Walfredo Gurgel.
Na prática, acrescenta Ferreira, a operação provoca “um ligeiro retardo” nos atendimentos em virtude do diálogo com a população. “O que está havendo é um ligeiro retardo porque são unidades de urgência e emergência e, como os médicos estão nos seus locais de atendimento, qualquer situação de urgência e emergência eles atendem”, diz. “Os médicos iniciaram uma greve, mas que está ocorrendo na forma de operação padrão e não na suspensão de atendimento ou ausência do trabalho”, complementa.
O Sindicato dos Médicos não soube precisar quantos profissionais teriam aderido ao movimento, mas informou que a “operação padrão” está ocorrendo nas seguintes unidades: Hospital Santa Catarina, Maternidade Leide Morais, Maternidade Araken Irerê Pinto, Hospital de Macaíba, Hospital de São José de Mipibu, Hospital Walfredo Gurgel e UPAs.
No Hospital Walfredo Gurgel há, inclusive, faixas e cartazes indicando o início da greve. “Médicos em greve que prestam serviço ao Governo do RN e Prefeitura de Natal”, comunicavam cartazes colados na porta da unidade.

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