MT: Sobrevivente de chacina em sinuca diz que em nenhum momento atirador pediu para poupar vida de criança: ‘Só chegou matando’

Hoje a mais de dois mil quilômetros de Sinop, onde aconteceu a chacina, Luiz Carlos ainda não consegue se afastar do trauma.

Por Fantástico/Globo.com

 

Uma imagem de violência extrema teve destaque no noticiário policial esta semana: a execução de sete pessoas num bar de sinuca em Mato Grosso. O Fantástico entrevistou os dois únicos sobreviventes – e teve acesso a outros trechos das câmeras de segurança.

Larissa Frasão de Almeida, filha única de Getúlio, uma das vítimas, tinha apenas 12 anos. Ao ver o pai cair, ela tentou fugir. Larissa correu por vinte metros. Ela foi atingida pelas costas e caiu. A mãe da Larissa é a outra sobrevivente além do Luiz, que é sobrinho dela. Os dois voltaram para o Maranhão, onde mora a família. Mãe e filha tinham ido pra Sinop no fim do ano. Iam passar uma temporada com Getúlio, que trabalhava como azulejista.

Ela acha que só não morreu porque a munição dos assassinos acabou. Ainda teve a bolsa arrancada por Ezequias quando a dupla voltou ao bar e pegou todo dinheiro que encontrou.

Na quarta-feira (23), Ezequias, o comparsa, morreu em confronto com policiais militares. Na quinta, Edgar se entregou. A Justiça determinou prisão temporária de 30 dias.

Edgar tinha registro de CAC concedido em 9 de março de 2022. Gostava de se exibir nas redes. Ele comprou como CAC a espingarda com que matou seis das sete vítimas. Depois da chacina, o registro foi suspenso.

O advogado diz que a morte de Larissa foi acidental. “Edgar mirou em uma pessoa e acabou infelizmente atingindo a adolescente”, diz.

A mais de dois mil quilômetros de Sinop, Luiz ainda não consegue se afastar do trauma.

Luiz: Eu ia indo e escutando os gritos delas lá. Gritando. Não sai da minha mente aqueles gritos delas lá.
Fantástico: Em nenhum momento ele pediu para poupar a vida da criança?
Luiz: Em momento nenhum. Ele só chegou matando.

 

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