Mossoró sofre os efeitos do período mais quente do ano e cuidados precisam ser redobrados

Temperaturas altas devem seguir até dezembro segundo especialistas

Registrando nos últimos dias temperatura máxima diária de 31ºC, Mossoró sente os impactos do clima quente e seco agravado em outubro, mês que situa a data mais tórrida do ano. Essa estação calorosa estende-se desde os dias 5 de setembro a 22 de dezembro, catalogando nesse período temperatura máxima média acima de 35ºC.

Neste sábado (24) deu-se início a época mais abafada de 2020, o que dificulta a utilização frequente de máscaras, item indispensável para conter a proliferação do novo Coranavírus e exigida para entrada em diversos estabelecimentos. A sensação abafante perdura por 60% do tempo no decorrer do dia, normalmente seguida por uma noite também sufocante, segundo dados disponibilizados no site Weather Spark.

O professor e meteorologista José Espínola, destaca que as mudanças climáticas estão sendo sentidas desde o final de setembro, visto que a temporada entre a primavera e início do verão, registra as temperaturas mais altas e a umidade do ar mais baixa em Mossoró. À medida que a temperatura sobe, a umidade do ar desce, por conta disso que nos dias mais quentes o ar fica mais seco. Explica ainda que o bairro que sente mais fortemente o aumento de temperatura é o centro da cidade, devido o asfalto negro e a verticalização das construções.

Vilma da Silva, mãe e dona de casa, percebe que o aumento da temperatura lhe provoca mal estar, dor de cabeça e necessidade de ingerir mais líquidos. Para amenizar os efeitos, revela tomar mais banhos ao longo do dia e não abre mão do uso frequente de protetor solar. Com o clima tórrido, fica mais complicado utilizar a máscara, ela relata sentir falta de ar quando o uso da peça é inevitável. Assim como Vilma, outras pessoas também apresentam essa mesma dificuldade.

Para assegurar que as crianças não adoeçam nesse momento, o médico pediatra Jeronimo Dix-sept alerta sobre as precauções que devem ser tomadas pelos pais. ”Altas temperaturas podem trazer alguns problemas para saúde como por exemplo, aumento dos casos de desidratação. É preciso dar bastante líquido para as crianças, preferencialmente água e protegê-las do sol com uso de bonés, chapéus e blusas de mangas compridas.”

 

Especialistas alertam para cuidados com as crianças, plantas e animais

 

Dix-sept reitera que a intensidade das radiações ultravioletas podem aumentar a incidência de câncer de pele, principalmente para quem tem o hábito de tomar sol depois das 9h até às 16h. Além disso, pontua como o clima quente age sobre os alimentos, ”A elevação de temperatura faz com que os alimentos se estraguem mais facilmente, a conservação é mais difícil nesse momento. Uma comida estragada pode causar alguns problemas como diarreia, hepatite e outras doenças transmitidas via oral ou fecal”. Esclarece que apesar das altas temperaturas eliminarem germes prejudiciais à saúde, há mais malefícios que benefícios nessa temporada escaldante.

Além das crianças, os animais de estimação também precisam adaptar-se a essa condição. A veterinária Clara Coelho explica como os tutores podem amenizar os efeitos do calor em seus bichinhos. ”Os passeios devem ser feitos até no máximo, dependendo de sua localidade, às 8h da manhã e retomados às 16h. Como os cães e gatos possuem coxins palmares e plantares (chamados popularmente de almofadinhas) podem sofrer queimaduras devido o aumento da temperatura. Também pode acontecer a elevação da temperatura corpórea o que pode implicar em problemas mais sérios.”

Com o clima mais abafadiço, os pets tendem a ficar agitados e com respiração mais ofegante. Para reverter a situação, Clara apresenta algumas dicas ”Considerando as raças, algumas tem preferência pelo clima frio como é o caso do Husky Siberiano, se possível, climatização com ar condicionado, ou ventilação com ventilador nos horários mais quentes, espalhar pela casa mais vasilhas de água atentando-se ao consumo do animalzinho.” Entre as doenças que podem acometer os animais nessa fase estão a desidratação, insolação, hipertermia e doenças de pele.

As plantas também não devem ficar desassistidas, a gestora ambiental Rosângela Araújo alerta sobre os efeitos do calor excessivo. ”Temperaturas elevadas podem interferir em vários processos metabólicos, como respiração, fotossíntese, fluidez, relações hídricas, floração e outros. É preciso prestar atenção nas plantas, elas dão sinais positivos ou negativos em função da temperatura ambiental em que se encontram. Esses sinais podem durar dias e até semanas, que vão desde a queima e queda de folhas até perda da biomassa.”

”Existem espécies que sofrem mais com altas temperaturas. As mudanças climáticas poderão provocar alterações dramáticas em diversos ecossistemas de nosso planeta, não só na flora, mas também na fauna, como as florestas tropicais, as geleiras dos polos e os recifes de corais”

Sobre os cuidados, a gestora aponta que a observação das plantas deve ser mais cuidadosa, ”É necessário observar se a planta está com folha seca, se precisa adubar, se está sendo bem regada, se está murcha, enfim, tirar um tempinho maior para poder avaliar as plantas e diagnosticar se elas estão bem ou não. Os cuidados seriam a poda se houver necessidade, regar, nutrição, troca de vaso se preciso for, e local adequado.” finaliza.

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