Mesmo sem El Niño, brasileiro deve se preparar para futuro com mais calor
POR Jessica Maes
Folha de São Paulo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após meses de sucessivos recordes de temperatura em todo o mundo, uma nova onda de calor vem castigando os brasileiros. Situações como a registrada no Rio de Janeiro nesta terça-feira (14), onde a sensação térmica bateu 58,5°C na zona oeste da cidade, devem ser cada vez mais frequentes no futuro.
Os cenários traçados pelos cientistas para o país num planeta que está esquentando -devido às emissões de gases de efeito estufa vindas das atividades humanas- são de períodos mais longos de tempo mais quente e seco, além de temperaturas mais altas.
“O Brasil, como uma região tropical e um país muito vulnerável às mudanças climáticas, vai sofrer mais com o aumento da temperatura”, aponta Paulo Artaxo, físico da USP e membro do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), vinculado à ONU.
“As previsões do IPCC colocam que a temperatura do Brasil, de acordo com o cenário das emissões, pode ter um aumento, em média, da ordem de 4°C”, diz o pesquisador.
Artaxo destaca a previsão do painel de cientistas da ONU para um aumento da temperatura de 3°C, que é o projetado caso não haja um corte drástico nas emissões. “Um evento climático que ocorria uma vez a cada 50 anos vai ocorrer 39 vezes a cada 50 anos e vai ser 5 vezes mais intenso”, afirma.