LEVANTE COMUNISTA DE 1935 – Wilson Bezerra

Em 1935, foi pura Revolução Comunista, alimentada por dedicados idealistas, elementos destemidos que guardavam em si o compromisso de ver realizado um ideal, a evidente transformação da sociedade carente de instrumentos igualitários.

O movimento atingiu os municípios de Mossoró, Assú, Grossos e Areia Branca, quando se evidenciou a organização comunista “BANDOLEIROS VERMELHOS”, com atuação nas áreas operárias e salineiras.

O jornalista e escritor Lauro da Escóssia, nas páginas do jornal O Mossoroense, deu plena cobertura aos acontecimentos, em especial nas regiões de “Três Vinténs” e “Ciganos”, em cujas áreas foram destaques os revolucionários Miguel Moreira, Torquato, Herculano, Feliciano, Sebastião Cadeira entre outros da região, os quais às caladas da noite, mesmo vivendo nômades nas caatingas, dentro do imenso cercado do cidadão Deca Damião, proprietário da região, reuniam-se e tratavam de planos de ações, uns executados, outros lamentavelmente prejudicados, mas, entre os altos e baixos, as ações dos revolucionários foram à frente.

Às vezes os planos chegavam até a arrancar os trilhos do trem no trecho entre Mossoró e Porto Franco, às vezes cortavam até a comunicação que, à época, era feita por telefone magnético, isto é, manual.

O alimento da turma rebelde se dava com animais, cabras, ovelhas e outros saqueados dos pequenos criadores da região por onde eles passavam. Era, sem dúvida, uma batalha movida por um ideal que acionava as forças vibrantes em defesa de uma causa.

A força policial foi acionada por muitas jornadas de investidas com o intuito de reprimir a ação dos revoltosos, cujo entusiasmo comandado pelo tenente coronel da força pública do Estado, dela fazia parte o terceiro sargento Bento José de Medeiros, então chefe da Polinter, e o soldado Antônio Calixtrato do Nascimento, mossoroense da gema.

O combate foi acirrado entre revoltosos e policiais, onde no Sitio Cigano, distante alguns quilômetros da cidade, morreu o grande líder comunistas José Alencar, conhecido de todos como o Alemão, em julho de  1936. 

A história registra esses acontecimentos como determinismo de um acontecimento que marcou a política em nosso Estado e toda região. 

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