LAÍRE ROSADO: Sequelas de uma demissão

Em nível nacional, o eixo das atenções foi desviado da pandemia do novo coronavírus para a crise política no governo Jair Bolsonaro. O cidadão comum não esperava um desfecho tão rápido e tão agressivo, como aconteceu. Nem que a deputada federal Carla Zambelli revelasse que não havia interlocução fácil entre o ministro e o presidente, ou seja, na administração, os dois sempre estiveram distanciados.

Diferente de Mandetta, que preferiu uma retirada educada, elegante, Sérgio Moro optou pela guerra, e retirou-se metralhando o presidente Jair Bolsonaro e seu governo. Mandetta, político, entendeu que havia chegado a hora de se retirar do ministério da Saúde. Moro, sai carregado de rancor, devendo “guardar na geladeira” esse rancor. Sem receio de macular a honra de quem quer que seja que tenha lhe contrariado.

O presidente Jânio Quadros comunicava-se por bilhetinhos, que podiam ser descartados, de acordo com a conveniência. Nos dias atuais, a mídia social é o método mais utilizado para comunicação, com a vantagem, (ou desvantagem?) de serem mantidas por quem tiver interesse no assunto. Os bilhetinhos foram substituídos por curtas mensagens digitais.

De imediato, a imprensa entrevistou os principais envolvidos no processo que resultou na demissão de Moro. Tanto o ex-ministro como a deputada Zambelli apresentaram munição para o debate, baseados em gravações de mensagens trocadas em algum momento.

Isso, sem falar que a Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos articuladores do esquema criminoso de fake news.

O novo coronavírus continuará contaminando mais e mais brasileiros, enquanto as milícias digitais, da direita e da esquerda, iniciaram verdadeiro ataque, por meio do teclado dos computadores.

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