LAÍRE ROSADO: O POPULISMO NO BRASIL

“Do que falamos quando falamos de populismo” (Editora Cia das Letras), dos cientistas políticos Thomás Zicman de Barros e Miguel Lago, livro lançado durante a atual campanha presidencial nos chega em momento oportuno. Sua litura ajuda a compreender a mixórdia em que se encontra atualmente a política brasileira.

Os autores pesquisaram mais de 15 mil artigos de imprensa no período compreendido entre 1940 a 2022. Na constatação de que já vários tipos de populismos, é possível classificar tanto Lula quanto Bolsonaro de populistas, assim como inúmeros outros políticos espalhados pelo mundo.

Nos anos quarenta, o populismo era visto pelo lado positivo. Getúlio Vargas, ao se coligar com Adhemar de Barros nas eleições de 1950, chamou a chapa de Frente Populista. Anos depois, Jânio Quadros e os integralistas de extrema direita reivindicaram o termo “populismo”.

O populismo não é considerado algo necessariamente ruim. A Palavra, de sentido amplo, serve para estigmatizar adversários, com a criação de falsas simetrias entre a extrema direita e a extrema esquerda. Bolsonaro é o político brasileiro mais próximo à direita. Lula é mais identificado com a esquerda, mas, quando presidente da República, governou dentro de um tipo compatível com as democracias liberais.

Barros e Lago fazem uma projeção do futuro político brasileiro, em caso de vitória de um dos dois candidatos. Consideram que, “se Lula ganhar, e independentemente da vitória dele, seria necessário pensar em um populismo emancipador para apontar as falhas da democracia liberal brasileira, e, talvez, entender que é apenas um populismo emancipador que a gente pode fazer frente a esse sintoma da história brasileira que é o bolsonarismo. Um bolsonarismo, que no nosso entender, é fruto de anos de violências, de ditaduras que de fato nunca foram tratadas, e a desigualdade brasileira que precisa ser endereçada”. “Se o Bolsonaro vencer vamos ver as piores consequências de um populismo reacionário e autoritário. Ele iria solapar as bases da democracia liberal no Brasil”

Com o país teoricamente rachado ao meio, as opiniões seguirão no mesmo caminho. Metade considera que o melhor para o Brasil será a reeleição de Jair Bolsonaro. A outra metade, prefere a volta do ex-presidente Lula, como sendo o mais capaz para garantir um futuro melhor para a não.

 

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