LAÍRE ROSADO – O equívoco dos senadores potiguares.
Apesar do crescimento contínuo da população carcerária, os índices de criminalidade continuam em alta na maior parte do país, sendo particularmente alarmantes no Nordeste. Os senadores do Rio Grande do Norte, admitem que a legislação vigente no país precisa de modificações, mas criticam a proposta do governo federal onde o presidente Lula defendeu um “pacto” entre os governos federal, estaduais e municipais para o combate ao crime organizado.
Para os senadores Rogério Marinho, Styvenson Valentim e Zenaide Maia a proposta do presidente Lula não atende às exigências atuais, fere o federalismo brasileiro, retira atribuições e restringe a atuação de Estados e municípios. Poderiam ao menos apoiar a ideia, considerando que o projeto será discutido, modificado, reduzido ou ampliado por eles mesmos, no plenário do Congresso Nacional.
O comportamento dos nossos senadores está na linha dos governadores de oposição. Como justificar suas ausências, a negativa em participar de um debate que não é partidário e ideológico, mas de interesse do Brasil, dos estados e da população pela qual são responsáveis? Ratinho Júnior (PAD-PR) e Jorginho Melo (PL-SC) sequer enviaram representantes. Romeu Zema (Novo-MG) e Eduardo Leite (PSDB-RS) enviaram subsecretários.
Na reunião, mais uma vez, foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP), bolsonarista de carteirinha quem participou, ouviu, discutiu, concordou em alguns pontos, discordou em outros. Na saída, declarou que “a PEC não resolve, acho que isso ficou claro para todo mundo, mas, por outro lado, abriu-se a discussão para que propostas sejam desenhadas”.
Como disse Lula, na abertura da reunião, o crime organizado agora é nacional, até transnacional. Segundo estatísticas do Ministério da Justiça, existem cerca de 88 organizações criminosas, com delinquentes detidos em 1.760 pavilhões do sistema prisional. Nossos senadores precisam dar a mão à palmatória. Erraram em suas declarações. Felizmente, isso não vai impedir que o projeto seja discutido no Senado. É melhor estarem preparados para apresentar o que consideram de melhor para a segurança, no momento em que o projeto for recebido pelo Congresso Nacional. É isso que esperam os seus eleitores.