LAIRE ROSADO Notas Taquigráficas no Congresso

NOTAS TAQUIGRÁFICAS NO CONGRESSO

 

 

Instituída em 3 de maio de 1823, para funcionar na primeira Assembleia Constituinte, a taquigrafia é uma escrita rápida, feita à mão, por meio de códigos e sinais gráficos. Um taquígrafo bem treinado consegue taquigrafar com facilidade até 80 palavras por minuto, sendo possível acompanhar na escrita a fala. Por isso ela é muito utilizada no Legislativo.   Taquígrafos e revisores são os responsáveis pelo registro de todos os pronunciamentos e debates realizados na Casa. No Plenário, os taquígrafos se revezam a cada três minutos. As anotações são, em seguida, enviadas para a revisão, que disponibiliza o texto no portal.

As sessões do Congresso Nacional são presididas pelo presidente do Senado que, também, é o presidente da Mesa do Congresso. São realizadas no plenário da Câmara dos Deputados por ser maior que o do Senado, tendo condições de reunir os 513 deputados federais e 81 senadores. O presidente da Mesa fica em uma posição de destaque, em patamar mais elevado e em frente aos assentos localizados no plenário.

Em uma dessas sessões presididas pelo senador Alexandre Costa, por volta das 19 horas, o deputado federal baiano, José Falcão, do PFL, discursava em um dos microfones que ficam no corredor principal do plenário, fazia elogios ao senador Antônio Carlos Magalhães. Nesse momento, vai entrando no plenário outro deputado baiano, Geddel Vieira Lima (PMDB), adversário de Antônio Carlos, que surpreendeu a todos quando, sem qualquer motivo aparente, esmurrou o deputado que estava discursando.

O impacto do murro foi tão grande que o deputado Falcão caiu ao chão. Entretanto, o senador Alexandre Costa deixou a sessão prosseguir, como se nada tivesse acontecido. Os colegas do PFL protestavam e pediam que o presidente da sessão adotasse alguma providência contra o agressor. O Congresso passava por uma fase de desgaste, com a imprensa procurando qualquer notícia negativa que pudesse comprometê-lo ainda mais. O senador Alexandre disse que não entendia a reclamação dos deputados, pois ele estava em uma posição privilegiada e não havia presenciado nenhum fato que justificasse o alvoroço.

Foi quando um deputado protestou, afirmando, Presidente, o deputado José Falcão foi esmurrado, caiu ao chão e, além do mais, estava sangrando.

Alexandre Costa, com larga vivência no Legislativo, sem querer que o episódio atingisse proporções maiores, respondeu a quem reclamava: “Excelência, estou em posição privilegiada e não presenciei nada que justifique o protesto de Vossa Excelência. Mas, como Vossa Excelência está insistindo, vou mandar consultar as notas taquigráficas para verificar se tem algum registro que comprove essa denúncia”.

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