LAÍRE ROSADO: João Dória e o futuro do PSDB

O resultado da prévia do PSDB para escolha do seu candidato a presidente da República foi o esperado. O governador João Dória sempre foi o favorito, mas o governador Eduardo Leite recebeu mais votos do que o previsto pelos seus opositores. O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto participou da disputa sem maiores pretensões e mais como opção para um confronto direto entre os favoritos.

As imagens de união apresentadas quando do anúncio dos resultados e os pronunciamentos dos três candidatos podem não corresponder ao clima real entre os tucanos. Foram mais para efeito externo. É difícil que candidatos perdedores mostrem conformismo total, com declarações de aceitação natural e engajamento na campanha do vitorioso. Evitar que haja uma debandada geral dos grupos que compõem o PSDB será a primeira tarefa do agora pré-candidato João Dória.
O governador Eduardo Leite amealhou pontos positivos para o futuro, quando deverá participar de novos embates. Ficou conhecido em todo país e pode ter fortalecido sua campanha para reeleição como governador do Rio Grande do Sul. Na disputa nas prévias, representou outras forças políticas poderosas no partido, como o ex-governador Geraldo Alkmin, Aécio Neves e o senador José Aníbal, entre outros. Certamente que essas lideranças não lhe darão procuração para um entendimento político com João Dória, mas poderão apoiá-los em outras pretensões partidárias. A divisão de forças na política é um fato natural em todas as legendas, seja o PT, o MDB, o PSB, o PL, ou qualquer outro partido.

João Agripino Dória Filho, ou simplesmente, João Dória, atualmente é governador de São Paulo, o estado mais poderoso do Brasil. Empresário bem-sucedido, com patrimônio de cerca de R$ 200 milhões, tem mostrado competência também no exercício da política. Sua primeira disputa eleitoral foi em 2016, quando se elegeu prefeito de São Paulo, no primeiro turno, fato inédito na cidade de São Paulo desde 1992, quando foram realizadas eleições em dois turnos pela primeira vez.

É possível que não consiga pacificar o PSDB em torno do seu nome. O mais importante, será convencer o eleitor de que representa a melhor opção na terceira via, em condições de vencer outros candidatos, principalmente o ex-presidente Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro. Ganhar as eleições em primeiro ou segundo turno e, depois de toda essa luta, assumir a presidência da República e mostrar que, com ele, o Brasil poderá ser diferente.

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