LAÍRE ROSADO: HOMOSSEXUALIDADE E CATOLICISMO

A Igreja é plural, é o que mais se escuta quando da apresentação de temas polêmicos. Alguns deles têm se mantido inabordáveis até os dias atuais. É preciso coragem para enfrentá-los de forma direta, como tem feito, em muitas ocasiões, o Papa Francisco.

Na Europa, onde 20% da população professam a fé católica, a Igreja tem se mostrado mais conservadora. Metade de católicos do mundo inteiro vive nas Américas, em especial na América Latina. Há crescimento acentuado de seguidores na Ásia. Na África 18% da população é católica.

A Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha, questiona que o mesmo papa que defende a união civil entre homossexuais rejeita seu casamento e não aceita padres gays nos seminários.

Em 2013, no Brasil, o Papa Francisco respondeu a uma pergunta dos jornalistas com outra pergunta: “Quem sou eu para julgar os homossexuais?”

No filme documentário “Francisco”, ele reforça “Os homossexuais têm direito a ter uma família, são filhos de Deus…Ninguém pode ser expulso de uma família, e a vida dessas pessoas não pode se tornar impossível por esse motivo.”

A DW comenta que o mesmo Francisco que se pronuncia em favor da união civil entre homossexuais nega uma vaga no seminário aos padres gays. Em 2015, Francisco expulsou do Vaticano um padre polonês que havia se declarado homossexual.

O homossexualismo é tabu em vários segmentos da sociedade. Na Igreja, sempre se mostrou com maior intensidade ainda.  A decisão do Papa Francisco em assumir a posição em defesa da união civil entre homossexuais ficará na história da Igreja Católica e poderá diminuir a discriminação existente entre os que se enquadram nessa categoria.

Alexander Vogt, presidente da representação de interesses de lésbicas e gays nos partidos conservadores alemães União Democrata Cristã (CDU) e Social Cristã (CSU) disse:  “Nós nos alegramos, porque há muito tempo esperamos por essas palavras. Estou esperando que o papa dirija a nós algumas palavras de contrição. Pois no passado as doutrinas da Igreja Católica provocaram muito sofrimento e dor entre os homossexuais.”

O tema é polêmico, e a Igreja Universal e, por isso mesmo, os questionamentos explodirão por toda parte. Mesmo no futuro remoto, será difícil que cem por cento dos católicos se convençam de que o Papa está com a razão.

Como católico, aplaudo a coragem de Francisco, um Papa que chegou para reformar e renovar a igreja Católica. Quem sabe, o Papa não estaria escrevendo uma “nova Constituição” da Igreja?

Sinais dos tempos

 

 

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