Laíre Rosado Fábio e Rogério, A disputa pelo Senado

Segundo dados das últimas pesquisas, quase sempre coincidentes, 66% dos nordestinos desaprovam o governo de Bolsonaro. Já no Sudeste, são 54% as pessoas que desaprovam a administração do presidente.

No Rio Grande do Norte, onde a governadora Fátima Bezerra está filiada ao PT, o quadro reflete os números apresentados nas pesquisas em relação ao nordeste. Mesmo assim, dois políticos locais, ambos ministros do presidente Bolsonaro, disputam a preferência para candidatura ao cargo de senador, nas próximas eleições.

Ambos acreditam na força das funções que exercem, com prestígio político junto ao Planalto e carreando benefícios para o estado. Rogério Marinho e Fábio Faria podem acreditar que a disputa é um fato local, sem a interferência direta do governo federal. E, lembram exemplos da eleição do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, defensor da política do presidente Bolsonaro. Na verdade, não se pode dizer que sua opositora, Rosalba Ciarlini, defendesse ideologia diferente.

Quanto mais se aproxima o período eleitoral, mais se acirram os ânimos entre os contendores. Hoje, Rogério e Fábio não conseguem mais a convivência amigável de correligionários. É possível que, na corrida eleitoral, um deles não consiga o apoio do outro, aquele que foi preterido na escolha da convenção.

Uma observação mais grosseira admite que Rogério, eleito senador, será mais fiel ao grupo bolsonarista. Fábio, com maior independência política, mostrará sua independência, adotando decisões pessoais, sem receber influências externas. Rogério está filiado ao PL, mesmo partido de Bolsonaro. Fábio, no PSD, avisa sua possível filiação ao PP, à convite do amigo, ministro Ciro Nogueira, presidente da sigla.

Rogério torce para que Fábio seja escolhido candidato a vice-presidente da República, na chapa encabeçada por Bolsonaro. Fábio também torce para que isso aconteça. A definição se faz necessária para que um dos dois possa definir a candidatura a senador, iniciando o trabalho, nada fácil, de enfrentar outros candidatos ao mesmo posto.

Fábio ou Rogério, por mais recursos que tragam para o estado, terão que enfrentar o desgaste político-administrativo do presidente Bolsonaro. O candidato de oposição, por sua vez, não terá uma eleição tranquila, pelo simples fato de ser oposição ao governo federal.

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