LAÍRE ROSADO: Escândalo, ainda Secreto

A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio Grande do Norte (PRE/RN) emitiu na sexta-feira (29) uma recomendação para que entidades religiosas não façam propaganda eleitoral durante às eleições deste ano.

De acordo com o documento, não deve ser feito ou permitido que seja feito dentro de templos religiosos: pedido de voto (mesmo que dissimulado), manifestação de apoio ou agradecimento público nem qualquer outro tipo de propaganda eleitoral (inclusive a negativa).

Entendo ser de maior gravidade o uso, por parte de parlamentares federais, em todo país, do famigerado “orçamento secreto” que a pregação religiosa com viés político.

Em sua coluna de hoje, publicada neste site, o ex-deputado Ney Lopes faz o alerta: “Cassações – Anotem! Mesmo depois das eleições, caso sejam descobertas provas materiais da autoria do orçamento secreto (o maior escândalo da história política brasileira), poderão ser cassados mandatos de candidatos eleitos e até no exercício dos mandatos.”

E, prossegue Ney Lopes, “Precedente – O senador João Capiberibe (PSB-AP) foi cassado em 2004, no meio do seu mandato, sob acusação de que teria comprado “dois” votos a R$ 26 cada. Imagine quem compra milhares de votos, de forma disfarçada, usando um orçamento secreto.”

Uma liderança municipal declarou que iria votar em determinado deputado federal em troca de um trator e a perfuração de um poço profundo em sua propriedade rural. Questionado sobre o financiamento dos empreendimentos em caráter privado, e não para a coletividade, ela respondeu que o candidato havia assegurado que os benefícios chegariam e, dessa forma, o seu voto estava garantido.

Mesmo sabendo, como todos têm conhecimento, do orçamento secreto, custa acreditar que sua utilização chegue a esse ponto. Não é apenas a  fraude da “compra” do voto, mas, também, a destinação de recursos públicos para finalidades pessoais. Pelo sim, pelo não, é importante que todos fiquem alertas, inclusive o Ministério Público Eleitoral.

 

 

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