LAIRE ROSADO: Eleições com presença de observadores internacionais

Desde que assumiu o mandato presidencial que Jair Bolsonaro passou a questionar a lisura das urnas eletrônicas e questiona antecipadamente os seus resultados. Bolsonaro divulgou que iria apresentar provas de fraude nas urnas eletrônicas. Nunca cumpriu essas ameaças. No final de semana voltou a provocar, levantando suspeitas sobre as urnas eletrônicas e disse que as Forças Armadas estarão “dentro do Tribunal Superior Eleitoral”, ao sugerir mudanças no formato de apuração dos votos nas eleições de outubro.

Pressionada de todas as maneiras, a justiça eleitoral saiu da defensiva e adotou uma medida que surpreendeu o presidente Bolsonaro, optando por uma providência mais eficiente que a simples defesa das urnas eletrônicas. A Corte convidou autoridades e organizações internacionais para acompanharem a disputa deste ano pelo Palácio do Planalto.

Dentre os convidados notórios estão a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Carter Center, organização fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter na área dos direitos humano, o Parlamento do Mercosul (PARLASUL), a União Interamericana de Organismo Eleitorais (Uniore), a Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (IFES) e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – este último confirmou em reunião com o presidente do TSE, Edson Fachin, que enviará uma missão de observação ao Brasil.

Descontente com essa iniciativa, o Governo Bolsonaro reagiu por intermédio do Itamaraty, afirmando “não ser da tradição do Brasil ser avaliado por organização internacional da qual não faz parte”. A verdade é que, nos últimos anos, decaiu o número de observadores internacionais nas eleições brasileiras. Nas eleições de 2020, por exemplo, foram apenas seis convidados estrangeiros, de quatro países da América Latina.

Nas eleições deste ano, por conta das bravatas do presidente Jair Bolsonaro, as eleições brasileiras serão observadas por outros países democráticos e instituições internacionais. Será uma grande oportunidade para comprovar que as urnas eletrônicas são realmente eficientes e confiáveis.

Diante de observadores, eleito ou derrotado no pleito, Jair Bolsonaro não terá como acusar que as urnas eletrônicas foram fraudadas. O voto eletrônico, por sua vez, ganhará credibilidade internacional, firmando-se definitivamente no sistema eleitoral brasileiro.

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