Laíre Rosado e o Projeto das Boas Notícias

Projeto das boas notícias

Não sabia que Nizan Guanaes havia instituído o Dia da Boa Notícia no Portal IG. Foi em 2001, no dia 11 de setembro.

Encontrei casualmente essa referência e lembrei que, no jornal O Mossoroenses também foi adotado experiência semelhante. Combinei com o redator, jornalista Cid Augusto, que toda edição do dia 31 de dezembro deveria circular somente com notícias positivas, evitando a divulgação de notas com sentido negativo.

Durante três anos seguidos o projeto foi executado. Entretanto, para minha surpresa, essas edições não tiveram um bom desempenho nas vendas do jornal. Primeiro, acreditei que a população preferisse o sensacionalismo, o que não é de todo mentira. Mas, também, percebi que não era possível esconder fatos que faziam parte da vida diária das pessoas.

No IG, onde somente notícias otimistas, edificantes e felizes deveriam ser veiculadas, no dia do lançamento do projeto assassinaram o prefeito de Campinas e as torres do World Trade Center foram atingidas por aviões pilotados por terroristas. Como deixar de noticiar fatos tão importantes?

Tanto o jornal O Mossoroense, quanto o site IG abandonaram o projeto, por ser utópico. A conclusão foi que agendas e amarras e predisposições não fazem parte da rotina jornalística. Podem, no máximo, se resumir a seções ou pequenas notas. Jamais orientar a linha editorial de um produto noticioso.

A capa do jornal impresso O Mossoroense, edição de 31 de dezembro de 2015, estampava em letras garrafais : O papel de informar não tem limite.

Essa é a verdade.