LAÍRE ROSADO: CONSIDERAÇÕES SOBRE GRUPO ROSADO

 

Foto de comício em 1992, onde se destacam Dix-huit, Vingt, Sandra, Laíre e Frederico

 

Comentaristas e analistas não estão corretos quando utilizam o termo “grupo Rosado” quando se referem às atividades de membros da família que militam na política. Por algum tempo, os Rosados ocuparam espaços maiores, quando exerceram mandatos eletivos.  Dix-sept Rosado, por exemplo, foi prefeito de Mossoró e governador do estado. O irmão, Vingt Rosado, foi vereador, deputado estadual, prefeito de Mossoró e deputado federal. Dix-huit Rosado, além de senador da República, foi deputado estadual, deputado federal e prefeito de Mossoró. Vingt-un Rosado, o mais novo dos vinte e um irmãos, ocupou o posto de vereador, sendo eleito presidente da Câmara Municipal. Mas, foi derrotado em memorável campanha para prefeito, no ano de 1968, fato que fazia questão de mencionar toda vez em que se referia ao seu currículo.

Na maioria das vezes, esses mandatos foram concomitantes. Nas gerações seguintes, Carlos Augusto, Frederico Rosado e Larissa Rosado ocuparam o cargo de deputados estaduais; Betinho Rosado e o filho Beto Rosado foram deputados federais; Laíre Rosado e Sandra Rosado deputados estaduais e federais e Rosalba, esposa de Carlos Augusto, prefeita de Mossoró, senadora e governado do estado.

Carlos Augusto, filho de Dix-sept, era tido por Vingt e Dix-huit como o continuador político de sua geração. Entretanto, foi o mesmo Carlos quem iniciou o processo de fragmentação política na família, ocorrido na eleição de 1982. O grupo Maia, liderado por Tarcísio Maia, era o principal opositor de Vingt e Dix-huit na política mossoroense. Carlos divergiu da orientação dos tios e apoiou José Agripino Maia como candidato a governador. Com a eleição de Agripino, Carlos Augusto assumiu abertamente a posição de seu representante na cidade de Mossoró e na região Oeste, fragmentado o grupo político e iniciando a liderança em um novo bloco.

Comprovado que o sistema político da família Rosado era vulnerável, veio o segundo grande choque, agora mais traumático que o anterior. Vingt e Dix-huit romperam familiar e politicamente, deixando perplexos não apenas os amigos e correligionários, mas toda política potiguar. Houve tentativas de recomposição do grupo, com resultados imediatos, mas sem efeito duradouro, pela desconfiança que havia se instalado entre os irmãos.

Nova tentativa de aproximação foi tentada em 2016 com os dois principais remanescentes, Laíre e Sandra, Carlos Augusto e Rosalba, trabalhando unidos para viabilizar a eleição de Rosalba a mais um mandato de prefeito de Mossoró. O resultado eleitoral foi positivo para Rosalba, mas a confiança não foi restabelecida e, no fim do mandato, era visível o desconforto instalado entre os que seguiam a orientação política de Sandra. Parecia mais um jogo de cartas marcadas.

Desde sua primeira eleição, Rosalba, esposa de Carlos Augusto, desprezou o sobrenome Rosado e foi registrada como Rosalba Ciarlini quando disputou a primeira vez como candidata a prefeita de Mossoró. Repetiu o mesmo todas as vezes em que foi candidata, a prefeita, vice-governadora, senadora e governadora, A opção sempre foi pelo sobrenome Ciarlini. O filho, candidato a vice-governador, foi registrado como Kadu Ciarlini.

Nas próximas eleições poderão ser candidatas, Sandra Rosado e Larissa Rosado e, talvez, Rosalba Ciarlini e Beto Rosado. Disputarão mandatos eletivos em legendas ou federações partidárias diferentes. As duas primeiras manterão o sobrenome Rosado. Os demais deverão continuar omitindo ou substituindo os sobrenomes.

De uma maneira ou de outra, no momento, pode-se afirmar, sem medo de errar, que não existe um grupo político Rosado, mas lideranças individuais na família, sempre vocacionadas para a política.

Da segunda geração, somente dois continuam militando na política, embora sem mandatos eletivos, Carlos Augusto e Sandra Rosado. Uma, filha de Vingt. Outro, filho de Dix-sept.

Nas eleições de 2022 haverá um descendente de Jerônimo Rosado candidato a algum cargo eletivo. É uma demonstração de que a política é um componente inerente aos Rosado, esteja ou não formando um grupo familiar mais influente, mas sempre comprovando a disposição de continuar lutando pela causa pública.

 

 

 

 

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