LAÍRE ROSADO: Bolsonaro na ONU

BOLSONARO NA ONU

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, mas nunca demonstrou ser um estadista. Com a inteligência que possui, jamais buscou se adaptar às novas funções políticas que conquistou, optando por permanecer no populismo que lhe garantia elevada aprovação de governo, nos primeiros anos de sua administração. É possível que esteja mal assessorado, como também deve-se admitir que ele não cede às opiniões dos auxiliares.

Por tradição, é o presidente do Brasil quem discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU, espaço conquistado por, Oswaldo Aranha, brasileiro que chegou a ser seu presidente em 1947 e ficou conhecido pelo lobby para a criação do estado de Israel. Por isso é que o presidente Bolsonaro, há 3 anos, faz o discurso inaugural da Assembleia.

Fazendo parte do G20, grupo dos vinte países mais ricos do mundo, o presidente brasileiro não soube desempenhar o papel que deveria mostrar em ocasião tão solene. Destoou do momento em que a ONU destaca problemas enfrentados pelo mundo, defendendo igualdade, justiça, paz e solidariedade. O Secretário Geral, Antônio Guterres, condenou a misoginia e a xenofobia e, ao final, propôs um plano de vacinação global.

Segundo a BBC, Bolsonaro é o único presidente ou chefe de Estado do G20 que declarou não ter sido vacinado. Ao chegar à cidade, o prefeito de Nova York declarou que ele, Bolsonaro não era bem findo. Caso desejasse, não fosse para Nova York, mas, se fosse, deveria ser imunizado, para não colocar a população em risco desnecessário.

Em audiência com o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, passou por mais um vexame, sendo debochado pelo premier inglês, que lhe ofereceu a vacina AstraZeneca. Aliás, o Brasil continua na lista vermelha dos países que precisam de quarentena para entrar em território britânico.

Finalizando, tanto a mídia nacional quanto a internacional estão de acordo com relação ao discurso presidencial, que não esteve à altura do momento. É voz geral que a mensagem foi de um candidato à reeleição, dirigido aos seguidores no Brasil, perdendo mais uma grande oportunidade de projetar o nome do país para o mundo inteiro.

Laíre Rosado, médico e ex-deputado federal

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