LAÍRE ROSADO: A sombra do centrão

Seguidores do presidente Lula acreditavam que sua habilidade seria bastante para administrar o Centrão, sem necessidade de submeter-se às suas exigências.  Minimizaram a força cada vez maior de um grupo de parlamentares, liderados pelo presidente da Câmara dos Deputados, que exerce a função como um primeiro-ministro de regime parlamentarista.

Está comprovado que o Centrão veio para ficar e está cada vez com mais experiência e com maior poder. Admite-se que a origem de sua formação venha desde a Assembleia Constituinte, com deputados de centro-direita, a maioria com raízes em grupos políticos que colaboraram com o Regime Militar, votando unidos em matérias mais conservadoras.

Ninguém pergunte sobre a ideologia do Centrão, pois esse critério não existe. Também não é partido político registrado no Tribunal Superior Eleitoral. Sua maior característica é o fisiologismo, fornecendo votos parlamentares a qualquer governo, em troca de cargos e acesso aos cofres públicos.

Durante o período eleitoral, os líderes do Bloco Centrão não mostravam preocupação em relação a quem seria o futuro presidente da República. Quem for eleito, diziam, terá que procurar o Centrão para negociar e criar as condições de governabilidade.

Lula foi eleito presidente da República, com um placar bem apertado, mas perdeu fragorosamente nas eleições para o Legislativo.  Por esse motivo, paga um preço político muito elevado, pois a derrota no Congresso impede a retomada da sustentabilidade do plano de esquerda.

Com mais de oito meses, no seu terceiro mandato como presidente da República, apesar da grande habilidade política que possui, Luis Inácio Lula da Silva tem encontrado todo tipo de dificuldade para governar, tendo o Centrão como seu principal auxiliar de governo. Ou, melhor dizendo, com a sombra do Centrão que se espalha sobre o Planalto.

 

Laíre Rosado é médico, advogado  e ex-deputado federal e a

 

 

 

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