LAIRE ROSADO A Força do Centrão

O Congresso Nacional ganhou nova dimensão na administração do presidente Jair Bolsonaro.  Bem maior do que costumava acontecer em governos anteriores. Não é que os parlamentares de hoje sejam mais hábeis que seus antecessores, mas o presidente da República foi mais inábil, politicamente, que os que lhe antecederam. O efeito imediato é que os partidos políticos trabalham para eleger um Congresso ainda mais forte nas próximas eleições. O interesse é a eleição de deputados federais e senadores, deixando as candidaturas a presidente da República e governadores de Estados em segundo plano.

A importância do Congresso aumentou, entre outros motivos, pelo erro estratégico do presidente Bolsonaro. Logo no início do seu governo, ao imaginou que poderia administrar conquistando bancadas temáticas, desprezando os caciques políticos. O que imaginou ser uma vitória terminou resultando em um grande desastre político.

Não sobrou outra alternativa ao presidente que foi obrigado a se entregar ao “Centrão”. Pouco tempo depois, assinou a ficha de filiação no Partido Liberal, de Waldemar da Costa Neto. Com manobras políticas, o centrão vem conseguindo aumentar as verbas públicas distribuídas aos parlamentares numa distribuição que ficou conhecida como “orçamento secreto”. Essas verbas, quando liberadas, muitas vezes silenciam os parlamentares. Os beneficiados devem mostrar lealdade não ao Poder Executivo, mas aos dirigentes das duas Casas Legislativas.

Na prática, o Centrão vem dando certo e mostrando poder junto aos últimos presidentes do Brasil. Para enfrentar o poder desse grupo partidário, os próprios parlamentares prometem formar novos “centrões”, com a formação de grupos para concorrer ou pelo menor dividir a influência sobre o presidente a ser eleito ou reeleito.

A demonstração de perda de força do Executivo junto ao Congresso Nacional pode ser constatada pela derrubada dos vetos presidenciais no seu período presidencial. Enquanto o presidente Bolsonaro teve, até o momento, 35% de seus vetos à matérias aprovadas no Parlamento derrubadas, no governo do ex-presidente Lula esse percentual ficou no insignificante 0,5%.

Na prática, o Centrão vem dando certo e mostrando poder junto aos últimos presidentes do Brasil. Para enfrentar o poder desse grupo partidário, os próprios parlamentares prometem formar novos “centrões”, com grupos que para concorrer ou pelo menor dividir a influência sobre o presidente a ser eleito ou reeleito. Bolsonaro, Lula ou qualquer outro que venha a ser eleito presidente, terá que negociar com muita habilidade. Caso contrário, o bloco do centrão continuará dando as cartas.

 

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