LAIRE ROSADO: 7 DE SETEMBRO E PACIFICAÇÃO

Quando criança, e durante a juventude, participei de desfiles cívicos, trajando as fardas do Colégio Diocesano Santa Luzia. Depois, assisti a outras demonstrações de civismo, no período da Semana da Pátria e no 30 de Setembro, em Mossoró. O ufanismo tomava conta de quem acreditava estar representando o orgulho de ser brasileiro.

Com o passar do tempo, entendi que o Sete de Setembro, Dia da Independência do Brasil, sempre foi usado não apenas para exaltar a unidade nacional, mas, sobretudo, para emplacar a visão particular de quem está no Poder e deseja obter resultados com a mobilização. Foi a partir de 1964, com a ditadura militar, que o Sete de Setembro adquiriu a conotação política e de exaltação ao militarismo.

O ex-presidente Bolsonaro pretendeu se apropriar das cores verde e amarela da bandeira do Brasil. Procurando mostrar apoio das Forças Armadas, exagerando no ataque aos outros poderes, em especial o Supremo Tribunal Federal. Deus, Pátria e Família foi o lema utilizado pelo ex-presidente, desde sua campanha presidencial até o final dos seus quatro anos de mandato.

Em seu terceiro mandato, o presidente Lua deseja desmanchar a estrutura militarista deixada por Jair Bolsonaro. Adotou o slogan “Democracia, Soberania e união” e quer usar o 7 de Setembro para discurso de pacificação. Terminado o desfile militar, diferente do antecessor, não haverá pronunciamento nem qualquer tipo de manifestação política. Existe a preocupação real de pacificar o país e superar o radicalismo, hoje, existente no país.

 

Laire Rosado é médico e ex-deputado federal

 

 

 

 

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