Israel deporta Greta Thunberg e outros 170 ativistas de flotilha

O governo de Israel deportou nesta segunda-feira (6) a ativista sueca Greta Thunberg e outros 170 ativistas que estavam detidos após uma flotilha com mais de 40 barcos rumo à Faixa de Gaza ter sido interceptada por tropas israelenses.

 

“Mais 171 provocadores da flotilha Hamas–Sumud, incluindo Greta Thunberg, foram deportados hoje de Israel para a Grécia e a Eslováquia. (…) Todos os direitos legais dos participantes deste espetáculo de relações públicas foram e continuarão sendo plenamente respeitados”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores israelense em comunicado.

Há 13 brasileiros que participaram da flotilha ainda detidos em Israel, segundo o Itamaraty.

 

A pasta compartilhou uma foto de Greta e outros ativistas no aeroporto antes do voo de deportação (veja abaixo). Horas depois, Greta chegou à Grécia e fez um discurso a apoiadores, que foram a receber no aeroporto de Atenas.

 

Greta disse que usou sua flotilha para ir à Gaza porque “ninguém foi acudir o povo palestino”. Ela fez apelos para líderes mundiais e pessoas poderosas utilizarem seus privilégios e plataformas para “deixarem de ser coniventes” e se posicionar. A ativista sueca não comentou sobre a denúncia de que teria sofrido maus tratos pelo governo de Israel durante sua detenção.

O governo de Benjamin Netanyahu, que realiza um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo em Gaza, interceptou na semana passada todos os barcos da flotilha que navegava em direção ao território palestino.

 

Segundo o governo israelense, os ativistas que foram deportados nesta segunda-feira são de diversas nacionalidades europeias e dos Estados Unidos. Brasileiros participaram da flotilha e, segundo o Itamaraty, eles ainda estão detidos em Israel (leia mais abaixo).

 

Israel já deportou ao menos 340 ativistas, entre quase 450 detidos, e quer finalizar as deportações “o mais rápido possível”, mesmo em meio a tentativas de obstrução, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

Agora, o governo israelense realiza os trâmites para a deportação dos ativistas, que chama de “provocadores”. Israel disse que Greta e outros detidos haviam se recusado “a agilizar sua deportação e insistiram em prolongar sua permanência sob custódia”.

No domingo (5), o governo israelense negou estar maltratando Greta enquanto a mantinha detida e preparava sua deportação, em resposta a uma denúncia de dois ativistas que também participaram da flotilha e já haviam sido deportados.

 

A interceptação dos barcos da flotilha gerou uma condenação internacional a Israel. Na sexta-feira (3), o governo Lula denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta da interceptação de flotilha.

A flotilha tinha como objetivo levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza e dar evidência sobre o sofrimento causado pela guerra entre Israel e Hamas no território, que completará dois anos na terça (7) e começou após o ataque terrorista de membros do grupo palestino em território israelense, que deixou mais de 1.200 mortos e cerca de 250 foram levados como reféns.

 

Desde então, o conflito gerou uma grave crise humanitária entre os palestinos e situação de fome generalizada e deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas —essa contagem é chancelada pela ONU.

Deixe um comentário