Investigação na Assembleia atrasa decisão política

O grupo político que vem sendo formado pelo deputado estadual Ezequiel Ferreira de Souza poderá fazer a diferença nas eleições de 2018. O projeto é ambicioso, mas a condição de presidente da Assembleia Legislativa proporciona meios políticos para esse objetivo. De saída, Ezequiel poderá contar com o apoio de oito deputados estaduais e cerca de trinta prefeitos, números que poderão aumentar à medida que o plano seja posto em andamento. Os atuais senadores são Garibaldi Alves e José Agripino, que poderão concorrer às respectivas reeleições. Há informações que os familiares de Garibaldi torcem para que ele não volte a concorrer a cargos federais. Agripino perdeu apoios importantes, a começar pela ex-prefeita e ex-governadora Rosalba Ciarlini.

Para disputar a cadeira de senador, Ezequiel terá que mudar de legenda. Filiado atualmente ao PMDB, não terá a mínima chance de aprovar seu nome na convenção que escolherá os candidatos ao cargo. Com a janela partidária, Ezequiel poderá escolher qualquer outro partido e assinar a ficha de filiação, sem correr o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. Essa posição é fortalecida pela possibilidade semelhante que terão os deputados estaduais que, insatisfeitos com os partidos onde se encontram, poderão acompanhá-lo em sua nova opção partidária. Esses parlamentares consultaram os prefeitos a que estão ligados que concordaram com uma nova opção política, endossando a posição dos seus deputados.

Ezequiel esteve praticamente decidido pelo PSB que terminou sendo ocupado pelo deputado federal Rafael Mota. Conversa com o PSDB, mas, por segurança, exige a direção do diretório regional, atualmente ocupado pelo Dr. Valério Marinho, pai do deputado federal Rogério Marinho. A transição poderá acontecer de forma consentânea, mas o diretório nacional do PSDB trabalha com a expectativa de fortalecimento no Nordeste, região onde o PT mantém o seu favoritismo eleitoral. Além desses dois partidos, o PPS e o PRB acenam com interesse em ter o presidente da Assembleia nos seus quadros.

A janela partidária tem prazo definido para encerramento. Sancionada no dia 18.02.2016 terá validade pelo período de 30 dias, ou seja, será permitido ao detentor de cargo proporcional migrar para outro partido até o dia 18.03.2016. A turbulência em que se encontra a Assembleia pode dificultar os entendimentos que vinham sendo realizados por Ezequiel que, mesmo não estando envolvido nas acusações levantadas pelo ministério público estadual, tem a responsabilidade do cargo que exerce. E, isso demanda tempo. De qualquer forma, está acertado que ele mudará de legenda e que, nessa troca partidária, estará formando um novo bloco político no Rio Grande do Norte.