Indicado pelo Centrão, novo chefe da Caixa não descarta trocas nas vice-presidências do banco: ‘Faz parte do processo’

Indicado pelo Centrão, o novo presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira Fernandes, não descartou nesta quinta-feira (9) a possibilidade de fazer trocas na cúpula da instituição financeira.

 

Em entrevista, após cerimônia de posse na chefia da Caixa, Vieira foi questionado se, por pressão do Centrão, poderá fazer trocas nas vice-presidências do banco. Em resposta, o presidente da Caixa disse que eventuais mudanças fazem parte de “um processo dinâmico” das democracias em busca de “governabilidade”.

 

“Quanto mais pessoas se agreguem ao aspecto da liderança do Executivo, melhor. Esse é um processo dinâmico. Isso faz parte de um processo dinâmico em todas as democracias. Eu não vejo estranhamento nesse processo porque ela não é pela primeira vez que acontece em uma organização como a Caixa […] É uma dinâmica normal das relações entre o executivo e o legislativo”, declarou.

Carlos Vieira assumiu a presidência da Caixa no lugar da economista Rita Serrano, demitida no fim de outubro. O novo chefe do banco conta com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

 

Em discurso na cerimônia de posse, Vieira disse que o “diálogo” entre o Legislativo e o Executivo “é para o bem do Brasil”.

 

“A imprensa tanto destacou esse processo de transição na Caixa. Tão importante esse papel da imprensa nacional, porque ela ressalta dois aspectos: primeiro, que não se faz democracia sem diálogo. E o segundo aspecto é que ela [a imprensa] percebeu que o diálogo ocorrido entre o Legislativo e o Executivo é para o bem do Brasil”, afirmou o novo presidente da Caixa.

 

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No discurso, Carlos Vieira também disse que, na sua gestão, parlamentares “vão ser recebidos na Caixa”.

 

“Quem sou eu para impedir o diálogo com a sociedade e com aqueles que fazem o Brasil crescer?”, indagou.

 

O presidente da Caixa ainda fez, no pronunciamento, um agradecimento à antecessora, Rita Serrano, que não compareceu à solenidade.

 

“Rita foi responsável por trazer a empresa a apresentar resultados recorrentes, coisa que a Caixa não fazia há muitos anos. Dia 14 de novembro, nós estamos apresentando o balanço da Caixa, e tem que ser feita uma carta de agradecimento à Rita, porque foi a gestão dela que trouxe a empresa de volta a esse patamar que nós queremos que continue existindo”, afirmou.

 

A presidência da Caixa era cobiçada há meses por partidos do Centrão, em troca de apoio ao governo Lula no Congresso.

Lira já havia afirmado que o comando da Caixa estava na negociação para ampliar a base parlamentar do Palácio do Planalto.

O Centrão é um bloco de partidos que tradicionalmente apoia o governo federal em troca de cargos e recursos do orçamento público.

Criada em 1861 pelo imperador Dom Pedro II, a Caixa, instituição que é 100% da União, tem entre suas principais funções o financiamento imobiliário no país. Também atua como agente operador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e tem o monopólio das loterias federais.

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